Roteiro de um dia em Porto

Porto não é uma cidade de atrações imperdíveis. Mas calma! Isso não quer dizer que ela não seja imperdível, só que você não precisa se preocupar em bater ponto nesse ou naquele lugar para aproveitá-la. Se você sair de lá encantada como eu, provavelmente não será por causa de algum museu ou igreja especificamente, mas por causa do que encontrou no caminho entre eles. Porto se revela nas janelas dos prédios, nos passeios à beira do rio Douro, nas fachadas de azulejos, nos séculos de história, na modernidade nas ruas. Ela não é uma cidade toda bonitinha, com cara de casinha de bonecas. Ela é viva, mutante, real, com defeitos e qualidades. Uma cidade de verdade! E deliciosa!

Não há forma melhor de conhecer um lugar do que andando a pé, por isso montei um roteiro de um dia em Porto com direito a muita caminhada. Foi o roteiro que fizemos em nosso segundo dia na cidade, meio sem planejamento, mas que olhando agora no mapa eu vi que fez bastante sentido! Ele é mais ou menos circular, então você pode começar por qualquer dos pontos e retornar a ele sem dar muita volta. Tem muito azulejo e muitos miradouros com vistas lindas, tudo o que a gente procura em Porto! Então vamos lá! No final do post você vê o roteiro completo no mapa.

Começamos nossa caminhada na Praça General Humberto Delgado. Lá está a Câmara Municipal (A), de onde a gente tem uma vista privilegiada da Avenida dos Aliados, ladeada por prédios imponentes. Foi uma passagem rápida, do tipo “estava no caminho”, mas que nos mostrou uma arquitetura diferente da que encontramos no resto do passeio.

De lá até nossa próxima parada foi um pulo! Fomos para o Mercado do Bolhão (B), um lugar que, de acordo com o Lonely Planet, pela manhã fica lotado de moradores locais em busca de produtos frescos, mas o que vimos lá por volta das 10h foram poucas lojas abertas e só turistas circulando. O que mais chamou nossa atenção estava logo ao lado. Era a Capela das Almas (C), uma coisa linda coberta de azulejos! Um lugar pra gente parar e ficar só babando!

Nossa caminhada continuou pela Rua Santa Catarina, uma rua de pedestres totalmente comercial. Em meio às placas das lojas ainda é possível reconhecer as fachadas delicadas dos prédios. Na esquina com a Rua 31 de Janeiro avistamos a Torre dos Clérigos não muito longe dali, mas ela ainda não era nosso destino.

Logo em seguida chegamos à Praça da Batalha, onde fica a Igreja de Santo Ildefonso (D), mais um belo exemplo da arte portuguesa em azulejo.

Saímos da rua principal e entramos em um beco, uma espécie de atalho que nos levou aos fundos da estação de trem. Éramos os únicos por ali, bateu até um certo medo, mas eu ainda consegui ver beleza naquele lugar deserto.

E  então chegamos à Estação de São Bento (E), um lugar pelo qual passamos em todos os nossos dias em Porto. Foi lá que desembarcamos, vindo de Coimbra. Foi de lá que partimos, indo para Aveiro. Os trem que nos levaram a Braga e Guimarães também saíram de lá. E no dia em que não faríamos nenhuma viagem, passamos na estação só para passear e tirar fotos! Mas me digam se eu não tinha razões para quer admirá-la sem pressa! O risco ali é ganhar um torcicolo de tanto admirar o teto e os painéis de azulejo!

Da porta da estação avistávamos a Igreja de Santo Antônio dos Congregados (F). Porque não é possível que a essa altura você já tenha enjoado das fachadas de azulejos! :-)

Mais uns minutinhos ladeira abaixo e acima e chegamos à Catedral da Sé (G), a igreja mais antiga de Porto, construída no século XII. Nós não entramos, ficamos apenas admirando o prédio pelo lado de fora. Difícil era que escolher para que lado olhar, pois a vista a partir do Terreiro da Sé também é de encher os olhos!

Após uma breve pausa para descanso, atravessamos a Ponte Luis I (H), que cruza o Rio Douro conectando Porto a Vila Nova de Gaia. Atravessar a ponte a pé é bem legal, porque de cima dela a gente tem uma panorâmica boa das duas cidades. E o interessante é que na parte de cima da ponte passa o metrô e embaixo os carros. Nós andamos em cima e há uma delimitação para pedestres, mas ainda assim dá um certo frio na barriga quando o metrô passa ao nosso lado!

Em Vila Nova de Gaia (I) a grande atração são as caves do vinho do Porto. Eu não bebo, o Eduardo bebe pouco e nós não entendemos nada de vinho, então não quisemos visitar nenhuma cave. Se você gosta de vinho, provavelmente irá reservar um dia só para explorar essa região. Nós nos contentamos em dar uma voltinha por lá curtindo a vista, dessa vez de Porto!

De volta a Porto, nosso destino era o Cais da Ribeira (J), uma área tradicional e super charmosa à beira do Rio Douro. Eu falei que Porto não se parece com casinhas de bonecas, né? Bom, essa afirmação não serve para a Ribeira! Ali as casas parecem sim de brinquedo! Mas, apesar de ser um lugar super turístico, é só andar um pouquinho para se deparar com ruas tranquilas e cenas cotidianas. Na região há muitos restaurantes, então, se for hora do almoço ou se a fome bater, aproveite!

Ali pertinho, no entorno do Jardim do Infante Dom Henrique (K), há um monte de atrações, como o Palácio da Bolsa,  Igreja de São Francisco e a Casa do Infante. Nós não entramos em nenhuma delas. Em vez disso, embarcamos no Elétrico 1E para conhecer a Foz do Rio Douro.

Nossa escapadinha até o Oceano Atlântico durou menos de duas horas, então logo estávamos de volta para recomeçar a caminhada. Espero que você ainda não tenha se cansado dos miradouros de Porto, pois chegou a vez de um dos melhores! Subimos a Torre dos Clérigos, cuja vantagem é a visão da cidade em 360 graus. Lá de cima a gente consegue avistar até o mar! O bilhete de acesso custa € 2.

Não muito longe dali fica a Igreja do Carmo (N), uma das mais famosas de Porto, não só pelos azulejos que a adornam, mas também pela arquitetura rococó. Nós não demos sorte de encontrá-la aberta em nenhuma das vezes em que passamos por lá. No caminho cabe uma passadinha na Livraria Lello (M), considerada uma das mais belas livrarias do mundo. Infelizmente é proibido fotografar o interior da lojas, então acreditem quando digo que ela é realmente linda.

Para encerrar o passeio, sente-se em um banquinho na Praça Carlos Alberto (O), um lugarzinho super charmoso. Aproveite que está por ali para conhecer o restaurante O Caçula (sobre o qual já falei aqui). Foi um dos meus restaurantes preferidos na viagem a Portugal e o melhor de tudo é que ele abre todos os dias. Depois de andar tanto, a gente merece terminar  o dia com uma boa refeição!

Parece muito, né? Mas e se eu te disser que saímos do hotel por volta das 9h30 e que às 17h estávamos de volta? E olha que fomos até a Foz do Rio Douro no meio disso tudo! É um roteiro totalmente possível, testado e aprovado por nós e que concentra um pouco de tudo que Porto tem de melhor. Boa viagem! :-)

Achou pouco? Então estique o passeio até o Jardim do Palácio de Cristal ou ao Centro Português de Fotografia!

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