198 Livros: Holanda -Amsterdã Blues

198 Livros - Holanda Acho que eu já comentei aqui que os países ditos desenvolvidos estão me decepcionando um pouco nessa volta ao mundo dos livros. Geralmente não é por falta de livros bons, mas por falta de livros que se encaixem no projeto. Procuro aqueles que me contem um pouco da cultura local, que me ajudem a entender o país e sua história recente e nesses pontos os livros da Ásia e da África estão saindo na frente. A cultura dos países europeus já é tão disseminada mundo afora que os autores locais não parecem sentir necessidade de explorá-la. Quando chegou a vez da Holanda não foi diferente. A verdade é que eu não fiquei com muita vontade de ler nenhum dos livros recentes que encontrei, pois nenhum parecia ser o que eu procurava. Por falta de opções, o escolhido acabou sendo Amsterdã Blues. Amsterdã Blues - Arnon Grunberg

Amsterdã Blues pode ser considerado uma autobiografia de Arnon Grunberg, apesar de não ficar claro o quanto de licença literária há na história. Ele escreveu o livro aos 22 anos de idade e o período que ele abrange é principalmente a adolescência e a entrada na vida adulta. A verdade é que não há muita diferença entre as duas. Arnon, ou pelo menos o personagem do livro, foi um adolescente irresponsável e continua assim até onde o conhecemos. Na primeira metade do livro ele fala sobre seu relacionamento com Rosie, sua primeira namorada, tão maluca quanto ele. Rosie um dia o dispensa e a partir daí parece que ele não consegue mais arrumar namorada nenhum. Na segunda metade do livro ele descreve seus encontros com prostitutas, as únicas mulheres com as quais ele se envolve depois de Rosie.

Entre Rosie e uma prostituta e outra, Arnon fala um pouco de seus pais e da confusão que é sua vida em família também. E é só. Fui simplista? Exagerada? É que pra mim o livro foi basicamente isso mesmo. Não preciso nem dizer que achei chato, né? Não consegui me conectar ao personagem e o livro definitivamente não me prendeu. Pra não dizer que não há nada de bom, a história às vezes é engraçada. Uma graça meio mordaz, mas pelo menos o personagem consegue rir de si mesmo. Eu até leria outros livros do mesmo autor, não acho que sua forma de escrever seja o problema, mas a história de Amsterdã Blues é muito monotemática pro meu gosto.

Fico chateada quando isso acontece, porque cada país tem só uma chance no #198livros, mas é impossível acertar sempre. Mas quando começar a repescagem a Holanda com certeza vai ter uma nova chance. Aguardem!

Amsterdã Blues foi publicado originalmente em holandês, em 1994, e no Brasil em 2003, pela Editora Globo. A tradução é de Cristiano Zwiesele do Amaral.

Mais alguns livros de autores holandeses:

  • Confetes na Eira, Franca Treur
  • O Jantar, Hermann Koch
  • Rituais, Cees Nooteboom

Saiba mais sobre o Projeto 198 Livros.

5 Comments

  1. Lu Malheiros

    Camila, pra mim, foi o pior livro até agora. O da Malásia (Evening is the whole day) foi pesado e triste, mas bem escrito. O do Uzbequistão (The poet and Bin-Laden) tem esse título enganoso e é difícil de ler, mas tem seus méritos. Agora esse da Holanda foi ruim de dar dó.
    Parabéns pela ótima resenha. Achei que você foi bem generosa :-)

    • É isso mesmo, Lu! Cada livro tem suas particularidades Esses que você citou foram difíceis, mas têm suas qualidades. O da Holanda nem foi difícil, mas… Você me entende! rsrs

  2. Lucimara Busch

    Também fico triste quando não gosto do livro, Camila. Já aconteceu comigo em pelo menos 3 países até agora. O último foi o do Uruguai, que eu não curti. :(
    Da Holanda eu li O Amor de Pai, que foi o escolhido pela Ana. Eu gostei dele!

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