Transporte nos Balcãs

Transporte nos BalcãsA parte mais difícil no planejamento da nossa viagem para os Balcãs foi sem dúvidas o transporte. A logística para conectar todos os pontos de interesse otimizando o tempo gasto em deslocamentos foi super complicada. Esqueça aquela Europa em que você pega o trem e em poucas horas atravessa três países! Muita gente prefere viajar pela região de carro, mas para nós isso costuma ser sinônimo de mais dor de cabeça, por isso fizemos questão de usar transporte público. Alguns trechos eram óbvios e simples, outros a gente encarou na coragem. No geral, a Bulgária foi o país com a melhor malha rodoviária e com o sistema de transporte mais desenvolvido. Macedônia e Kosovo ficaram no meio termo e a Albânia foi disparadamente o pior nesse sentido. Quebrei tanto a cabeça pra desvendar as opções de transporte que faço questão de detalhar o que aprendi aqui.

Pra começar, o site que foi o meu melhor amigo nesse percurso: o Balkan Viator. Você preenche a origem e o destino e ele te lista os horários dos ônibus, o tempo de viagem e algumas vezes a companhia que opera aquele trajeto no Sudeste Europeu. O site não é perfeito e as informações não são totalmente confiáveis, até porque rotas e horários podem mudar, mas na maioria das vezes comprovamos na prática o que encontramos lá. O Balkan Viator é uma mão na roda porque através dele a gente descobre pelo menos se existe transporte frequente entre um lugar e outro e se há muitos ônibus por dia fazendo a rota. Algumas rotas não estão cadastradas no site, mas a maioria das que precisei estavam.

Além do Balkan Viator, usei muito as informações do guia que levei, o Lonely Planet Southeastern Europe, principalmente sobre a localização das rodoviárias em cada cidade. Geralmente não existe uma única estação e os ônibus partem de locais diferentes dependendo do destino. Além disso, é comum que várias empresas diferentes operem uma mesma rota, então às vezes a gente nem sabia em qual companhia iria embarcar. É bem recomendável saber o alfabeto cirílico para viajar pela Bulgária e Macedônia, pois muitas vezes as placas com os destinos dos ônibus estão apenas em cirílico e sem saber ler sua passagem você não consegue nem mesmo identificar o número da plataforma.

Eu coloquei meu roteiro completo, com mapa e tudo, no post de introdução. Dê uma olhadinha lá para entender como foi essa história. Encontrei pouquíssima informação sobre o transporte nessa região, principalmente em português, então vou detalhar aqui cada um dos trechos que fizemos. Espero que o post ajude quem se animar a se aventurar pelos Balcãs. Vale muito a pena!

SOFIA – SKOPJE

Nós chegamos em Sofia à noite e na manhã seguinte já partimos para a Macedônia. Seria nosso primeiro deslocamento, então pesquisei tudo com bastante calma. Queríamos chegar a Skopje a tempo de aproveitar o dia na cidade, por isso procuramos um ônibus pela manhã. Vimos as opções na Balkan Viator, mas lá não havia o nome de todas as empresas. Num outro site vi que a Matpu fazia esse trecho. No site dela há informações sobre os horários, que batiam com o Balkan Viator, e preços das passagens. Só tem um probleminha: é tudo em búlgaro (mas dá para traduzir a página no Google Translator).

Escolhemos o ônibus das 9h30. A passagem custou 32 leves por pessoa. Compramos na loja da empresa na rodoviária de Sofia (Central Bus Station ou Central Avtogara) e pagamos com cartão de crédito. A vendedora nos falou o número da plataforma de onde o ônibus sairia, que era mais ou menos em frente à loja, e nós ficamos torcendo para ter entendido certo. Ufa! Era lá mesmo!

O ônibus saiu pontualmente. Ele era meio velho, mas não desconfortável. Tinha até wi-fi, que funcionou bem nas cidades da Bulgária, mas não na Macedônia. A viagem é quase toda por estradas estreitíssimas no meio das montanhas. A paisagem é linda, mas assim a viagem não rende.

Nas estradas da Bulgária

A passagem na fronteira foi tranquila. Nós não tivemos que descer do ônibus nessa ou em qualquer outra fronteira nessa viagem. Primeiro entrou uma pessoa para inspecionar a bagagem, mas ela nem olhou nada e já desceu. Na próxima barreira um policial passou recolhendo todos os passaportes que depois nos foram devolvidos com o carimbo de saída. Na área da controle da Macedônia foi a mesma coisa: recolheram os passaportes e depois nos devolveram carimbados com a entrada. Tudo isso durou 40 minutos. Não havia fila nesse dia. Desembarcamos na rodoviária de Skopje, que tem uma localização bem central. A viagem durou cerca de 5 horas e foi bem tranquila, sem perrengues.

SKOPJE – PRISTINA – SKOPJE

Menos de 100 km separam a capital da Macedônia da capital de Kosovo. É um pulo! Dá para fazer esse trajeto de trem. Não é um trem rápido ou moderno, pelo contrário, dizem que é bem velho e lento. O charme fica por conta da paisagem, que parece ser bem mais interessante do que a do caminho que o ônibus percorre. Essa viagem dura mais de 3 horas e é preciso trocar de trem na fronteira. Ele parte de Skopje à tarde (as 16h35) e retorna de Pristina pela manhã (às 7h22). Na ida o horário não era bom para nós, pois queríamos ir para Kosovo de manhã. Desistimos da volta também porque a estação ferroviária fica longe do centro de Pristina e pegar o trem tão cedo poderia acabar se transformando num perrengue. Sendo assim, ficamos com o ônibus mesmo.

Os ônibus partem da rodoviária de Skopje mais ou menos de hora em hora. Compramos a passagem para o ônibus das 9h. Pagamos 320 denares por pessoa, no cartão de crédito. O bilhete dizia que ele sairia da plataforma 2 e a mulher que nos vendeu o bilhete disse isso também. Às 8h40 já estávamos na plataforma esperando. Esperamos, esperamos e nada. Verifiquei todos os outros ônibus estacionados, mas nenhum iria para Pristina. Ainda bem que eu conheço o alfabetocirílicoo, pois todas as placas estavam escritas em macedônio. Quando deu a hora e o ônibus não apareceu, voltamos ao guichê e a atendente disse que tínhamos perdido o ônibus. Fiquei com muita raiva, pois ela deu a entender que a culpa era nossa, como se nós tivéssemos atrasados! Se eu não soubesse traduzir as placas dos destinos, até poderia acreditar que o ônibus tinha saído de outra plataforma, por exemplo, mas não era o caso. Acho que ele não saiu mesmo. Mas já tínhamos perdido o horário, não havia o que fazer. A atendente perguntou se queríamos ir no próximo, às 10h10, e só pudemos aceitar, morrendo de raiva de ter perdido uma hora do nosso dia à toa!

No fim das contas nem era um ônibus, mas uma espécie de micro-ônibus. Éramos os únicos turistas a bordo. O motorista fumava o tempo todo enquanto dirigia, gente! Imagina a situação! A fronteira foi meio confusa, mas, como na entrada da Macedônia, nem precisamos descer. Só havia mais um carro na nossa frente e os trâmites demoraram cerca de meia hora. A viagem toda levou mais de 2 horas. Descemos na rodoviária de Pristina.

Chegando em Pristina

A volta de Pristina para Skopje foi mais tranquila. Pegamos o ônibus das 11h30, mas dessa vez era um ônibus mesmo, da empresa Albus. E o motorista não fumava! Chegamos em Skopje quase 14h. Como já estávamos familiarizados com a cidade, descemos antes da rodoviária, no shopping Vero Center, que ficava mais perto do nosso hotel.

Uma dica para Pristina:  a rodoviária fica a uns 3 km do centro da cidade e não é um caminho muito legal para pedestres, principalmente por causa da poluição dos carros, então o ideal é pegar um táxi. Quando chegamos pegamos um na rua. Os taxistas na rodoviária queriam cobrar 5 euros, mas nós achamos muito caro. Conseguimos por 4 na rua e ainda assim achei que era furação de olho. Na volta nós pedimos para o hotel chamar o táxi para nós e veio um da empresa Dalas. A corrida foi no taxímetro e custou menos de 3 euros.

PRISTINA – PRIZREN – PRISTINA

Sabíamos que havia ônibus frequentes entre Pristina e Prizren, então nem nos preocupamos em escolher o horário. Fomos para a rodoviária a pé e quando estávamos chegando o ônibus das 9h30 estava saindo. O cobrador perguntou se iríamos para Prizren e nós pegamos o ônibus ali na rua mesmo. É pertinho, cerca de 70 km, mas a viagem levou umas 2 horas. Os ônibus mais lentos, como o que pegamos, passam pelas estradas secundárias e param muito, por isso demoram. Esse é um trecho que deve ser legal fazer de carro.

Na volta pegamos o ônibus na rodoviária de Prizren e no caminho é que vimos que nem precisávamos ter ido até lá, pois ele parava num ponto perto de onde estávamos, mais ou menos em frente ao Hamman. Bom, mas esse foi o ônibus que pegamos (das 16h40), não sei se todos param lá. Não custa perguntar para alguém na rua! A passagem de ida custou 3 euros e a de volta 4 euros.

Nas estradas do KosovoNas estradas do KosovoNas estradas do Kosovo

SKOPJE – OHRID

No verão essa passagem deve ser comprada com antecedência. Ohrid é tipo a praia dos macedônios e lota nos finais de semana. Nós compramos as nossas na véspera e alguns horários já estavam esgotados. A empresa mais comum nesse trajeto é a Berovo. Pagamos 520 denares por pessoa, no cartão de crédito. Nós pegamos o ônibus das 8h e a viagem foi muito cansativa. São apenas 170 km, mas o ônibus não era muito bom e a estrada era duplicada só no início, depois ficava estreita e sinuosa. A viagem levou 3 horas e 20 minutos. Ficamos de olho no Google Maps e descemos numa avenida, num ponto já perto do nosso hotel. Não fomos até a rodoviária, mas sei que ela não fica muito perto do centro da cidade.

OHRID – BERAT

Esse trecho foi a grande epopeia da nossa viagem! A princípio parecia que nem seria possível ir de Ohrid para Berat sem passar pelas capitais da Macedônia e da Albânia. Há muitas conexões entre os países, mas não entre as cidades do interior. Eu não encontrava informações recentes ou confiáveis até descobrir um post no blog Beyond the Sea que dava o serviço completo. Não era tarefa fácil, mas ganharíamos tempo indo de Ohrid direto para Berat. Resolvemos arriscar! Se alguém mais se animar, deixo aqui o passo a passo:

1. Primeiro fomos de Ohrid para Struga, de onde partem os ônibus para as maiores cidades da Albânia. São apenas 15 km de distância e a forma mais fácil de fazer esse trajeto é de táxi. No dia anterior já tínhamos feito uma pequena pesquisa de mercado e naquela manhã encontramos rapidamente um taxista honesto. Ele disse que a viagem seria no taxímetro e custaria uns 5oo denares, mas que o mínimo que ele poderia cobrar era 400 denares. No final das contas deu uns 4oo e poucos denares no taxímetro, mas nós pagamos 500 por ele ter sido legal. Ele nos deixou na rodoviária de Struga em menos de 15 minutos.

Rodoviária de Struga

2. Então a gente foi de Struga para Elbasan, na Albânia. O ônibus é o que vai para Tirana e mesmo dizendo que vai descer em Elbasan a gente paga o preço cheio da passagem: 660 denares. O ônibus vinha de outra cidade e saiu com meia hora de atraso, às 10h. Estava lotado e quase todos eram turistas. É preciso dizer ao cobrador que você irá descer em Elbasan, pois o ônibus só passa por lá. Nós quase passamos da descida achando que ele pararia em uma rodoviária ou algo assim. Foi por pouco! Descemos numa avenida e saímos meio sem rumo. Fomos andando pela avenida que parecia ser a principal e achamos uma casa de câmbio onde compramos lekes numa cotação ótima. Perguntamos onde pegávamos a van para Berat, mas a mulher não falava inglês e parece que foi ficando até nervosa por não nos entender. Continuamos andando perdidos e logo chegamos ao lugar em que saiam as vans! Pura sorte! Pra que você não fica perdido como nós, anote aí: a tal avenida é a Rruga Thoma Kalefi. No Google Maps hoje o terminal está marcado como Terminali Autobusave, não tem erro.

3. De Elbasan para Berat não há ônibus, só vans. O lugar do qual elas saem não é bem uma rodoviária, é tipo um terreno de onde saem vans para diversos lugares. Queria ter tirado uma foto para mostrar, mas quando chegamos lá tinha uma van quase saindo, às 13h20. Entramos logo nela! Pagamos 350 lekes por pessoa. De novo éramos os únicos turistas. O trocador era super gentil, até trocou um passageiro de lugar para que o Eduardo e eu pudéssemos sentar juntos na frente. Isso sem que ninguém falasse uma palavra de inglês e nós não entendêssemos nada de albanês, claro! Mesmo com toda essa simpatia, a van era super desconfortável e nada segura. Nem cinto de segurança tinha e a estrada não ajudava em nada. Era muito, muito ruim! Parece que as estradas no sul da Albânia são muito piores que no norte. Em algumas partes o asfalto já tinha sumido. A estrada parecia estar em obras, mas tudo meio abandonado. Esse trecho, que durou cerca de 2 horas, foi muito cansativo. Sabe quando no meio de uma viagem você até ri se perguntando como é que foi parar naquela situação? Estávamos assim!

Na estrada na Albânia

Na fronteira da Macedônia com a Albânia foi o procedimento de sempre: carimbos no passaporte sem nem precisarmos descer do ônibus. Ao entrar em terras albanesas vale a pena ficar de olho nas margens da estrada. A todo momento a gente vê algum dos milhares de bunkers construídos por Enver Hoxha durante o período comunista. Foi difícil tirar a foto com o celular com a van em movimento e tive que ampliar a foto pra colocar aqui, mas vocês conseguem ver o bunker de cimento no pé da foto? Vimos vários ao longo da viagem!

Bunker na Albânia

A Albânia tem muitos problemas de infra-estrutura, mas a verdade é que a simpatia do povo nos fez esquecer tudo isso. Quando chegamos em Berat o cobrador nos perguntou em que hotel ficaríamos e nos deixou quase na porta, nos mostrou a placa do hotel e tudo. Foi aí que começamos a nos apaixonar pela Albânia. Mesmo depois dessa viagem maluca! :-)

BERAT – TIRANA

Depois da luta que foi para chegar a Berat, estávamos até com medo da nossa próxima viagem por estradas albanesas! Felizmente essa viagem seria mais curta e sem baldeações. Nós não tínhamos nenhuma informação sobre esse trecho da viagem além do que dizia o Lonely Planet: que havia ônibus e vans (furgons) a cada meia hora até as 15h. O Balkan Viator não tem dados sobre esse trecho. Perguntamos no hotel onde é que pegávamos o ônibus para Tirana e eles nos falaram para pegar um ônibus municipal até lá. Encontramos uma menina dentro do ônibus que falava inglês e ela também estava indo pra rodoviária. Ainda bem, pois a gente nem tinha ideia de onde iria descer. Entramos no micro-ônibus tinha uma placa indicando Tirana e esperamos cerca de meia hora até ele partir, às 12h30. Acho que é daqueles que só saem quando está cheio. Eu não entendia nada do que estavam falando, mas acho que o pessoal já estava reclamando da demora do ônibus. A passagem custou 500 lekes por pessoa. Mais uma vez nós éramos os únicos turistas. O micro-ônibus era maior e um pouco melhor do que o que pegamos para chegar a Berat, mas não tinha ar-condicionado e era bem apertado. A distância entre as cidades é de apenas 120 km, mas levamos 3 horas nesse trajeto, porque o ônibus parava demais. Nos primeiros 50 km, até Lushnjë, a estrada era ruim, mas a partir de lá era duplicada. Acreditei na história de que no sul da Albânia as estradas são ruins e no norte são boas.

TIRANA – VARNA

Fomos do ponto mais ocidental para o mais oriental da nossa viagem de avião, para ganhar tempo. Não há voos direto entre Tirana e Varna, então tínhamos que escolher a melhor conexão. A que me parecia melhor era a escala em Istambul pela Turkish Airlines, mas por causa dos horários acabamos escolhendo viajar com a Austrian Airlines fazendo conexão em Viena. Lembro que as passagens eram caras, mas nós tínhamos uns pontos vencendo na Tam e a Austrian Airlines é parceira dela, então emitimos com milhas (20 mil por pessoa). Por termos poupado bastante tempo em deslocamentos acho que foi um bom negócio.

O aeroporto de Varna é pequeno, mas novinho. Logo na saída vimos o quanto a cidade está preparada para receber turistas, inclusive estrangeiros. A sinalização era ótima e na porta do aeroporto estava o ponto do ônibus 409, que percorre uma rota super interessante para o turista. A passagem custa só 1 lev. Nós descemos na estação da Catedral. Só um detalhe: o certo é o ônibus vermelho. Tem um verde, também 409, que passa pelo aeroporto, mas segue para outra cidade. Nós entramos no verde e uma mulher praticamente nos obrigou a descer do ônibus, falando búlgaro e a gente com cara de bobo. Só quando o vermelho chegou entendemos o porquê. ;-)

Aeroporto de Varna

Ponto de ônibus no aeroporto de Varna

VARNA – VELIKO TARNOVO

Fomos para a rodoviária novamente no 409. Não disse que ele é ótimo para os turistas? O ônibus de Varna a Veliko Tarnovo foi o melhor que pegamos nessa viagem. Era novinho, confortável e tinha cinto de segurança. Só não tinha wi-fi, ou melhor, até tinha, mas não estava funcionando. Em geral o transporte rodoviário é bom na Bulgária, principalmente quando faz ligação com a capital, Sofia. E era esse o caso. O ônibus ia de Varna para Sofia, com algumas paradas no caminho. Nós compramos só até Veliko Tarnovo e pagamos 21 leves por pessoa. A viagem durou umas 3 horas. Descemos na estação Yug (sul) de Veliko Tarnovo. Fomos a pé para o hotel, na parte antiga da cidade, mas foi uma caminhadinha boa, principalmente porque a cidade é puro morro!

Rodoviária de Varna

E olha o que achei: fotos nossas na rodoviária de Varna com toda a nossa bagagem nas costas! Pra vocês verem a nossa bagagem leve em ação. Só não reparem na minha cara de sono! Era 7h30 da manhã, gente!

Viajando leve na BulgáriaViajando leve na Bulgária

VELIKO TARNOVO – PLOVDIV

Lá vamos nós de novo nos meter em furadas fazendo trechos nada convencionais! Veliko Tarnovo é uma cidade bem turística, Plovdiv também, mas acho que as pessoas não costumam ir direto de uma cidade a outra, muito menos de ônibus. Uma prova disso é que o trajeto é feito por uma van, que, para variar, não era muito boa. Ela sacolejava mais que tudo e segurança passava longe dela! Além de não ter cinto de segurança, o motorista era super imprudente, mesmo com a estrada sendo cheia de curvas e com a neblina constante naquela manhã. Fizemos uma única parada, em Stara Zagora, onde a maioria dos passageiros desceu. Ficamos parados lá cerca de 30 minutos. Saímos de Veliko às 8h e chegamos em Plovdiv às 12h30. Pagamos 18 leves por pessoa. Daria para fazer esse trecho de trem e parece que a viagem leva 5 horas. Hoje essa seria minha opção, até porque as estações de trem são mais centrais que as de ônibus tanto em Veliko quanto em Plovdiv.

A van sai da estação mais afastada do centro de Veliko, a Zapad (oeste). Tivemos que ir para lá de táxi, o que nos custou 4 leves. Desembarcamos na estação Sever (norte) em Plovdiv, que também é longe do centro da cidade e pegamos um ônibus para ir pro hotel. Deu muito trabalho e a viagem foi perigosa. Definitivamente não compensa viajar de ônibus/van entre Veliko Tarnovo e Plovdiv.

PLOVDIV – SOFIA

Esse foi o trecho mais tranquilo. Há ônibus e trens frequentes entre Plovdiv e Sofia e não é preciso comprar as passagens com antecedência. Nossa opção foi o ônibus, por ser mais rápido. Ele sai da estação Yug. É bom ficar atento porque quase ao lado ficam a estação ferroviária e outra rodoviária, a Rodopi. Pagamos 14 leves por pessoa e a viagem durou pouco mais de duas horas. Em Sofia desembarcamos na estação central e lá pegamos o metrô para irmos para o hotel. O metrô parecia ser bem novo e foi super tranquilo andar nele de primeira.

Estação Yug - Sofia

Metrô de SofiaMetrô de Sofia

TÁXI E METRÔ EM SOFIA

Os táxis em Sofia são baratos, mas nem todo taxista é confiável. A empresa mais indicada é a OK. Você verá seus táxis por toda a cidade e o símbolo azul e amarelo é bem visível, não tem erro. Eles têm um grande terminal ao lado da rodoviária. Mesmo na rua dê preferência aos táxis da OK para ter garantia de pagar a corrida com taxímetro. Essa dica vale também para ir e voltar do aeroporto de Sofia (a corrida custa uns 13 leves).

ATUALIZAÇÃO: Em abril de 2015 foi inaugurada a estação de metrô no aeroporto de Sofia. A linha azul passa pelo centro da cidade, a poucos metros da Catedral Alexander Nevsky. Há estação também no Terminal de Ônibus Central, ao lado da Estação Ferroviária. Veja mais detalhes no site do Metrô de Sofia.


Ufa! É isso! Tentei colocar todos os detalhes relevantes dos quais eu me lembrava, mas se ficou alguma dúvida pode deixar aí nos comentários que eu tento responder. Sei que parece tudo muito complicado, mas com um pouco de planejamento dá certo! E mesmo com esse transporte deficitário eu estou me segurando para não voltar para os Balcãs nas próximas férias. Em breve eu começo a mostrar aqui o que tanto me encantou por lá.

Veja todos os posts sobre minha viagem aos Balcãs no Viaggiando.

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27 Comments

  1. Esse texto é sensacional. Isso porque, realmente, não é fácil montar o roteiro para aqueles lados. A seguir, alguns links que me ajudaram:
    – Austrian Railways (OBB): https://www.oebb.at/
    – Slovenian Railways (SŽ): https://potniski.sz.si/en/
    – FlixBus: https://www.flixbus.pt/ (procurar por Liubliana)
    – Matpu (ônibus Macedônia) : https://en.matpu.com/
    – Eslovênia ônibus: https://www.ap-ljubljana.si/en/
    – Postojana Cave: https://www.postojnska-jama.eu/en/information/tour-timetables/
    – ônibus Croácia: https://www.buscroatia.com/
    – ÔNIBUS Europa: https://www.omio.com/
    – Endereços estações Trem/rodoviárias: https://rail.cc/pt/
    – Balkan Viator: https://www.balkanviator.com/en/

    • Camila Navarro

      Paulo, a viagem pelos Balcãs foi uma das mais legais que já fiz e acho interessante ver que meus posts, mesmo antigos, ainda são bem acessados. Acho que há pouco material em português sobre essa região. Obrigada pelos links! Eles serão muito úteis para quem passar por aqui em busca de informações.

    • Jucimara De Pauda

      Olá, Paulo por favor, você poderia dizer como foi sua viagem? Estou montando meu roteiro. Muito obrigada Camila. Seu posto me ajudou muito

  2. Ana Rita Batista

    A-M-E-I!!
    Vou fazer um roteiro muito parecido (Bulgária – Kosovo – Macedónia) e, como o turismo por essas áreas ainda não é muito frequente, há muito pouca informação sobre transportes entre cidades!
    O post está super bem escrito e é realmente um achado para que vai fazer uma viagem parecida!
    Muito obrigada :)

    • Camila Navarro

      Oi, Ana Rita! Fico feliz por ter ajudado! Espero que sua viagem seja maravilhosa como foi a minha!

  3. Nairle Barros De Medeiros

    Eu vou fazer um roteiro inverso. Vou sair da Albânia para Macedônia, Bulgária e Romênia. Eu queria ir de Plovdiv para Bucareste, parece ser impossível. Tenho q voltar para Bucareste, né? Obrigado

    • Camila Navarro

      Nairle, eu não fui à Romênia, então não sei dizer. Já pesquisou no Balkan Viator? Dê uma olhada também no blog 360 Meridianos. Eles têm posts sobre a região, incluindo a Romênia.

  4. Luiz Alberto Alves Cordeiro

    Muito interessante esses outros países dos Balcãs. Já tive a oportunidade conhecer a Croácia, Montenegro, Bósnia e Herzegovina, Eslovênia. Parabéns pela postagem.

    • Camila Navarro

      Eu quero muito voltar aos Balcãs e na próxima vez com certeza colocarei Bósnia e Montenegro no roteiro.

  5. Oii, estou montando meu roteiro por essa região e queria uma dica de como vcs fizeram esse trajeto.
    Dizem que é bom não entrar no Kosovo vindo pela Sérvia, vcs sabem algo sobre isso? Pq a logística pra mim ficaria muito mais fácil.. a rota alternativa ficou a seguinte:
    Belgrado para Spokje – de Spokje bus para Pristina, passando o dia e dormindo em Pristina. Pegar bus cedo em Pristina para Prizren, passar o dia lá e voltar para Pristina. E aí o meu próximo destino é Ohrid, eu teria que voltar de Pristina para Spokje, para daí pegar um bus até Ohrid?? Foi isso que vcs fizeram?? Queria ficar desses trechos, por favor :) Muito obrigada.

    • Camila Navarro

      Qual trajeto especificamente, Bianca? Aí no post estão todos os que fizemos. Há sim problema entre Kosovo e Sérvia, já que a Sérvia não reconhece a independência do Kosovo. Que eu saiba, o maior problema é entrar na Sérvia a partir do Kosovo.

      De Pristina para Ohrid acho que você terá que passar por Skopje sim, não acho que deva existir um ônibus direto. Foi o que fiz. Você já deve ter visto, mas meu roteiro dia a dia está aqui: https://www.viaggiando.com.br/2014/10/viaggiando-nos-balcas.html

  6. jose roberto lacerda

    existe algum mapa de rotas de onibus que servem a Bulgaria, Romenia e Servia? estou com m,uitas dificuldades de fazer o trecho entre Belgrado e Sofia, já tentei desmembrar Belgrado-Naissus e Naissus-Sofia mas mesmo assim não encontro uma empresa que faça o trecho.

    • Tente o site “rome2rio” dá prá ter uma boa ideia dos transportes entre cidades.

    • Camila Navarro

      Já procurou no Balkan Viator, José? Ele mostra duas empresas nesse trecho (Lasta e Karat-S), com horários, preço e até opção de compra para uma delas. Como eu digo no post, acho que ele é a melhor fonte de informações sobre transporte nessa região.

  7. O bilhete de autocarro de Pristina para Skopje compraste na estação de autocarros de Pristina ? Quanto custou?

    • Camila Navarro

      Compramos lá sim, Leonardo. Pelo que pesquisei, a passagem custa cerca de 5 euros. Eu fui há alguns anos, não sei se o valor que paguei é confiável. Preferi nem olhar minhas anotações…

  8. Camila, tô quebrando a cabeça com logística também, só que da Romênia para Bulgária. Você tem dicas de Bucareste-Varna e Bucareste-Veliko Tarnovo? Ainda tô na dúvida se incluo Varna no roteiro… o que achou de lá?

  9. Post maravilhoso! Tudo anotadinho. E já desanimei porque minha intenção é ir para Albânia e passar uma semana lá e explorar as praias… mas sem carro! Só os blogs e foruns salvam nessas horas.

    • Liliana, como você viu, não é impossível viajar pela Albânia sem carro, só exige um pouco mais de disposição. ;-)

      • É uma aventura andar nas vans da Albânia. Mas depois a gente volta, relembra da bagunça e morre de rir.
        A mais difícil para a gente foi de Tirana para Struga, na fronteira com Montenegro. Tem que andar até uma praça da cidade e ficar procurando o pessoal que fica andando na rua com plaquinha com o nome da cidade. Lógico que eles vêm o turista antes da gente vê-los. E lá vamos nós em uma van apertada, lotada e sem sinto de segurança. Pelo menos a velocidade média é na faixa dos 30 km por hora. E o preço, praticamente de graça.

        • Não se para nós foi pior a van de Elbasan a Berat ou a de Veliko Tarnovo a Plovdiv. E, como a gente não aprende, lá vamos nó de novo para Geórgia e Armênia no mesmo esquema. Ai, ai…

          • A gente fez a van na Bulgária no sentido contrário. Realmente o motorista pisa fundo… Pelo menos a nossa van não era tão velha como as da Albânia. Até cinto de segurança tinha :D
            Nossa, eu estava doido para ir para a Geórgia e Armênia. Boa viagem e aguardo os relatos.

  10. Dicas valiosas.

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