O que me impede de viajar mais pelo Brasil

Viajar pelo BrasilEu conheço pouco o Brasil. Até hoje só estive em 11 estados brasileiros e mesmo assim passei rapidamente pela maioria deles. Sou apaixonada pelas cidades históricas mineiras, as Cataratas do Iguaçu me impressionaram mais do que eu imaginava, a Amazônia me marcou muito, mas ainda não consegui riscar da minha lista alguns destinos que estão nela há tempos, como os Lençóis Maranhenses ou a Chapada Diamantina, só pra citar dois deles. Acho que a gente tem um patrimônio natural riquíssimo e que a cultura também é um dos nossos pontos fortes, mas ainda assim eu não viajo pelo Brasil tanto quanto eu gostaria. Isso me entristece.

A gente costuma dizer que  viajar pelo Brasil é caro. E é verdade! Muitas vezes é possível viajar para o exterior gastando menos do que aqui. A gente até encontra passagens aéreas em promoção, mas se depara com hotéis caros e é obrigado a alugar carro ou a depender de táxis nas cidades grandes, simplesmente porque não dá para contar com um transporte público eficiente. No início do ano passado, por exemplo, fomos para Vitória com a intenção de turistar usando apenas transporte público. Não encontramos as rotas dos ônibus na internet e nos pontos não havia nem uma plaquinha informando quais os ônibus que passavam por lá. Resultado: conhecemos bem pouco do que a cidade oferecia. Bom, mas isso tudo talvez a gente ainda consiga driblar com um pouco de planejamento e uma boa dose de bom humor. Sem contar que no nosso país, falando a nossa língua tudo parece mais fácil, né?

Há outros fatores que me desanimam: estradas ruins e perigosas (aqui em Minas a gente tem muitas), pouca estrutura para o turista independente, dificuldade para reservar hotéis pela internet… Como eu tenho raiva dessa história de ter que adiantar 50% do valor para reservar hospedagem! Que atraso, gente! O mundo quase todo utiliza sites como Booking e afins e aqui a gente continua no século passado! Tudo isso é chato, mas ainda assim não são esses os motivos que me impedem realmente de viajar mais por aqui. O que me impede mesmo de explorar tudo o que o Brasil tem a oferecer é outro: o medo.

Desde que me mudei para Belo Horizonte, há 2 anos, eu quero conhecer a Serra do Cipó. É aqui do ladinho, um lugar cheio de pousadas bacanas e perfeito para fazer trilhas e passeios ao ar livre. Só que o Eduardo sempre falava que não iria se fôssemos percorrer trilhas sozinhos, que era perigoso e tal. Eu até achava que era exagero, mas aí fui pesquisar e descobri que realmente havia vários relatos de assaltos na região. E aí, no início do ano passado, veio a confirmação: um casal de turistas foi assassinado enquanto visitava um mirante. Um policial ouvido para essa reportagem aí do link recomenda que os turistas na Serra do Cipó “não saiam sozinhos das pousadas, evitem trilhas desconhecidas, não deixem objetos de valor dentro dos carros e também não os ostente”. Parece brincadeira, ou melhor, seria engraçado se não fosse trágico. Não pode sair sozinho da pousada? Estamos falando de um lugar rico em belezas naturais, famoso por suas trilhas e cachoeiras, mas que o turista não pode explorar com liberdade. O jeito é sair com um grupo ou ficar preso dentro de uma pousada porque não há segurança. É muito triste!

No início do mês passado fomos para Lavras Novas, distrito de Ouro Preto. Eu sabia que a região era mais tranquila que a Serra do Cipó, então fui pesquisar sobre algumas trilhas que pudéssemos fazer sozinhos. Uma que me interessou foi a trilha até o distrito de Chapada, pois o trajeto parecia ser curto e fácil. Enquanto eu procurava informações sobre o trekking, o que mais aparecia era a notícia do assassinato de uma mulher numa cachoeira que ficava nesse caminho também no início do ano passado. Não encontrei informações sobre a causa do crime e pode ter sido um caso isolado, mas foi um balde de água fria nos meus planos.

Esses são apenas dois exemplos recentes que me fizeram rever alguns planos de viagem, mas a verdade é que notícias assim não são tão raras e muito menos são restritas a casos envolvendo turistas. Em qual capital brasileira a gente pode passear com tranquilidade? Quantas vezes a gente ouve falar de alguém que foi morto por ter reagido a um assalto ou mesmo sem ter reagido? Não pode ser normal ter arrastões na praia ou assaltos nos congestionamentos na saída da cidade. A verdade é que depois de ver algumas notícias a gente perde até a vontade de sair de casa.

Acho engraçado quando eu conto meu roteiro de férias e as pessoas perguntam, por exemplo, se Albânia ou Vietnã não são países perigosos. Acho que muitos brasileiros não têm consciência de que vivem em um dos países mais perigosos do mundo. Uma triste estatística pode nos tranquilizar na hora de escolher o destino de férias: poucos países são mais violentos que o Brasil. A gente tem que ficar esperto em qualquer lugar, assaltos e golpes acontecem em todo canto, principalmente onde há grande concentração de turistas, mas nós somos um dos países com maior taxa de homicídios do mundo. É mais um ranking do qual a gente não tem motivos para se orgulhar.

Às vezes me pergunto se eu é que sou paranoica e se estou me deixando influenciar demais pelos noticiários. Será que estou deixando de aproveitar o que o Brasil oferece por causa de um medo sem sentido? Será que estou superestimando a violência no Brasil? Me contem! Pode ser para tentar me convencer a deixar o medo de lado ou pelo menos para me mostrar que não estou sozinha.

38 Comments

  1. Quando vi esse reportagem há uns meses atrás, lembrei na hora desse tópico do blog. O Brasil figurou a lista de países mais inseguros para mulheres viajarem sozinhas logo após a Índia. Para minha surpresa, ficamos na frente de países muçulmanos e africanos. E a gente aqui discutindo que não tinha coragem de ir para a Índia.
    Ainda acho que viajar por aqui é mais seguro, para nós brasileiras dos que estrangeiras, porque conhecemos os golpes típicos e não nos aventuramos tantos aqui como lá fora. Mas mesmo assim dá medo e infelizmente me faz cada vez mais perder oportunidades internas.

    Voltei de uma viagem a Alemanha, Holanda e Republica Checa( esse ultimo país não tão seguro como os outros dois) e mesmo assim todo mundo adora o Brasil e sonha em conhecê-lo.
    Segue link :
    http://www1.folha.uol.com.br/turismo/2015/02/1593999-jornal-britanico-considera-brasil-inseguro-para-a-mulher-viajar-sozinha.shtml

    • Renata, na época em que saiu essa reportagem muita gente criticou dizendo que era exagero, mas eu realmente não acho. É só pensarmos nos cuidados que tomamos todos os dias por aqui e nos índices de violência alarmantes. Sei que quando viajo para outros países uma forma que eu tenho de sentir a segurança das mulheres é observar se elas andam sozinhas à noite com tranquilidade. E morro de inveja quando vejo que sim!

  2. Camila, eu (por mim) não quero virar refém da violência. Não quero dar sopa para o azar, mas também não quero ficar em casa com medo. Apesar de viajar muito menos do que eu viajava antes, ainda tenho feito pequenas viagens para diversos lugares, e acredito que tomando os devidos cuidados a chance de sofrer um destino trágico é relativamente pequena. Eu não deixo nada de valor à vista, nem no carro e nem comigo, evito lugares onde eu possa ficar “encurralado”, observo pessoas se aproximando e se ficar desconfiado me afasto. Não sei se é “treinamento urbano” mas acho que fazer isso não chega a comprometer a diversão. E no fundo, não é diferente de ir (por exemplo) a certas regiões de Paris, onde o risco de ser furtado é realmente alto.

    Também entendo que é preciso ser realista. O ladrão, o assaltante, procura vítimas “fáceis”, ou às vezes nem procura, ele está ali e vê uma oportunidade de conseguir algo fácil. Uma mulher sozinha é um alvo mais fácil. Um casal entretido também parece alvo fácil. Já um grupo impõe respeito.Talvez por isso o mais importante seja sempre estar alerta e evitar se colocar em situação de risco. Pode até acontecer, mas duvido que fique um ladrão à espreita no meio do mato, só esperando alguém passar. Ele ia morrer de fome e tédio se dependesse disso. O que ocorre muito é a “coincidência infeliz”, o ladrão vê alguém desatento e resolve aproveitar.

    Assim, espero que você consiga superar esse medo e aproveite bastante! E é claro, tenha também uma dose de sorte, não só com assaltos e violência, mas com pequenos acidentes e percalços que podem acontecer em uma viagem desse tipo.

    • Eu também tomo todas essas precauções que você citou, mas não é muito triste ter que viver assim? A gente está tão acostumado a ficar sempre na defesa que às vezes pode nem perceber o quanto se priva. Concordo que há grandes chances de ser assaltado em Paris também, mas não de ser assassinada ou estuprada como aqui. :-(

  3. Lana Cristina

    Lendo seu texto cheguei a me perguntar se não seriam palavras minhas….rs
    Penso igual.
    Conheço quase nada do Brasil e lamento demais!
    Algumas pessoas acham um absurdo que eu conheça mais cidades na Itália do que no Brasil, mas lá sinto-me segura para andar sozinha pelas ruas, com cautela de quem nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, lógico, mas em ser paranóica.
    Atualmente moro na Região dos Lagos no interior do Estado do Rio de Janeiro, apenas duas horas me separam da capital, as vezes me animo em saber de alguma esposição, show e afins, mas a seguir lembro-me dos 15 assaltos dos quais fui vitima na cidade e acabo desistindo de ir.
    É uma pena que tenhamos que viver reféns em nossos lares, ainda bem que temos direito a “indulto” para férias fora do Brasil.
    Amei seu blog
    PArabens!

    • 15 assaltos, Lana? Que horror! É fácil entender porque você acaba desistindo de ir… É tão bom andar num lugar seguro, né? Acho que essas pessoas que criticam nem param para pensar no quanto o Brasil é perigoso. A violência está tão banalizada que muita gente nem a enxerga. :-(

  4. Wanessa Lima

    Camila, concordo muito com você.
    Destinos de natureza não são os meus preferidos, mas, se o Brasil fosse seguro, certamente eu viajaria muito mais por aqui. Nunca viajei de férias de verdade no Brasil – foram sempre viagens curtas, como você falou.
    Aqui em João Pessoa, não ando mais na rua. Saio de carro da garagem do prédio e desço no estacionamento do trabalho, do shopping, do supermercado… Não dá para prescindir do carro, pela segurança e também pela precariedade do transporte público. No Brasil, consegui morar 3 anos em Porto Alegre sem ter carro, só usando transporte público e, eventualmente, táxi, e sinto muita falta disso. Então, quando saio de férias, escolho cidades onde eu possa andar na rua, de transporte público, e sem ficar o tempo inteiro preocupada de usar um celular no metrô ou exibir uma câmara nos pontos turísticos. Afinal, pelo menos nas férias, quero um pouco de paz!

    • Também prefiro viajar para lugares mais seguros do que o Brasil, o que não é muito difícil, né? Pelo menos nas férias a gente pode andar com tranquilidade e ter paz, como você falou!

  5. Como sempre, um excelente texto. Sabe que eu sò me dei conta da paranoia em que eu vivia no Brasil quando me mudei pra Italia. Meu marido nao consegue entender como os brasileiros conseguem conviver com o medo, e acha incrivel como os brasileiros conseguem estar sempre alertas (para o carro no semaforo e jà està de olho no retrovisor pra ver se nao vem ninguem, atravessa a rua quando enxerga alguem “suspeito” a 2km de distancia , nao frequenta lugares que nao tenha estacionamento proprio, e por ai vai…)

    • Luisa, às vezes andando por uma cidade europeia segura eu me pego olhando para trás a todo momento numa rua mais vazia, segurando a bolsa com muita força… Aí lembro onde estou e me dá até tristeza por perceber o quanto a gente precisa estar atento o tempo todo aqui.

  6. Camila, concordo MUITO! O medo não me segura demais, eu vou com medo mesmo. Mas é bem triste pensar que estamos tão vulneráveis no nosso próprio país. Quando fui aos Lençois em 2013 descobri que o ônibus que eu estava, no mesmo horário que peguei, foi assaltado um dia antes. Lógico que alguns turistas usam o serviço, mas a maioria é gente da região, trabalhora e humilde. E parece que o motorista parou porque um rapaz que ele conhecia estavana estrada, fez sinal e foi ele o assaltante. Não dá nem para confiar em quem se conhece. Me deu muita pena de pensar e fiquei tensa a viagem toda de ida e volta. Além disso o preço é o que mais me impede de viajar. Em nenhuma das minhas viagens eu gasto tanto quanto quando vou ao Brasil. Isso porque 99% do tempo que fico no Brasil não pago hospedagem. Quando viajo faço viagens curtas, de 3 ou 4 dias porque não como vou para ficar com a minha família, não faz sentido ir por 3 semanas e ficar uma fora. E não vou à restaurantes caríssimos ou ir a lugares luxuosos, mesmo assim acabo gastanto mais. E eu me pergunto: como?? Passamos 4 semanas viajando entre 3 países ano passado. Peguei barco, voo, trem, onibus. Ficamos tanto em hoteis simples quanto em 5 estrelas. Foi tudo feito com moderação, mas sem passar vontade, e mesmo assim, gastamos menos do que no Brasil. E sem burocracia nenhuma, coisa que não acontece no Brasil. É um parto comprar uma simples passagem de avião usando meu cartão do Reino Unido em algumas companhias. Com tudo isso para levar em conta, é dificil convencer os gringos que o Brasil é o país mais bonito do mundo né? Eu tenho vários sonhos de viagem dentro do Brasil, vários mesmo, mas eu sei que vou levar muitos anos para conseguir transformá-los em realidade por causa dessas coisas. Uma pena…

    • Essa dos assaltos de ônibus é comum aqui em Minas, Liliana! Viajar à noite é sempre um perigo! O ônibus que vem do aeroporto aqui em BH estava sendo assaltado constantemente, mas essa história dos Lençóis deu ainda mais raiva! Um conhecido? Que raiva!

      Os preços também são proibitivos. Hoje em dia é difícil encontrar uma pousada simples com diária por menos de 300 reais. E os restaurantes? É mais barato comer fora em muitas países europeus do que aqui, mesmo convertendo para real.

      Você já viu o tanto de turista que vem à América do Sul para percorrer quase todos os países e pula o Brasil? Não é à toa! Num passeio na Bulgária conheci um cara aí de Londres que me deixou sem resposta. Ele disse que as notícias diziam que o Brasil tinha crescido, que a pobreza tinha diminuído e tal, então como é que ainda tínhamos tanta violência? Pois é, eu não soube responder…

  7. Olá!!! Bom, eu até o momento não consegui sair do Brasil. Todos os anos quando vou pesquisar meu destino de férias me encanto por algum canto do Brasil e é pra lá que eu vou. Até pq sou louca por ecoturismo e como diz a música somos abençoados por Deus e Bonito por natureza!!!! Acho essa questão de preço muito relativa, prefiro gastar com algo que realmente desejo conhecer do que ir pra fora só por ir… gastar uma fortuna pra conhecer Fernando de Noronha por exemplo me deixaria muito feliz e realizada!!! Rs Deixando o lado violento de lado, irei para a Chapada Diamantina em março…. depois te conto!!! Beijos e Parabéns pelo site….

    • Jamile, pra mim o mais triste é termos um super potencial para o ecoturismo, mas não termos segurança. O Brasil é lindo mesmo, mas é perigoso… Como eu disse, os altos preços a gente pode até conseguir driblar, mas a falta de segurança não. Eu não deixo de viajar pelo Brasil, mas deixo de fazer muitas coisas por medo da violência. Um exemplo são as trilhas que eu citei, mas não aproveito nem mesmo a cidade em que moro como eu gostaria. :-(

      Ah! E eu sou muito muquirana, não tenho coragem de gastar um fortuna em lugar nenhum, no Brasil ou no exterior. hehe

      • É porque Graças a Deus até hoje nunca passei por nenhum perrengue… Concordo com vc, realmente é muito triste….

  8. Marcia Ramos

    Oi Camila. Concordo com vc sobre essa lástima de violência que ocorre no Brasil. Apesar de já ter viajado muito por vários estados e interiores do Norte, Nordeste e alguns do Sul e sudeste. Graças que nada me ocorreu. No momento estou fazendo um roteiro do México e América Central (Guatemala, Honduras e Panamá) . Como estou sozinha tive a precaução que temos qdo em viagem no Brasil. Mas, confesso, que não vi nada que se compare qdo adamos pelas ruas brasileiras.Apesar de termos que prestar atenção no México, pois há espertinhos que gostam de te enganar no troco. A Guatemala me surpreendeu com a extrema gentileza e cordialidade. Diferente México, Bolívia ou Peru, os indígenas sorriem, posam e até agradecem para fotos. Portanto, como vc, hj em dia prefiro viajar para fora do Brasil, infelizmente.

    • Marcia, acho que é até mais difícil que nós, brasileiros, sejamos passados para fora no exterior. Só mesmo se baixarmos a guarda, pois a gente aprende desde cedo a temer as ruas.

  9. Camila, excelente colocação a sua. Já perdi um amigo que foi assassinado em uma praia no Ceará! Aqui em Brasília, praticamente parei de frenquentar as cachoeiras que temos por perto por conta da onda de criminalidade que se instalou – milhares de histórias de assaltos a mão armada, carros roubado e muito susto. Nunca tinha me atentado para essa questão da segurança, mas de uma forma inconsciente ela permeia e muito minhas decisões de viagem mesmo e talvez por isso ainda não tenha ido à África, por medo de ter que lidar com um povo tão violento quanto o nosso.

    • Nossa, Cá! Eu sou paranoica assim sem nunca ter sofrido alguma violência ou ter perdido alguém próximo por causa dela, então só imagino como deve ser triste e frustrante perder um amigo assim! Acho que a nossa defesa pode ser até inconsciente mesmo, pois a gente já está até acostumado a sempre se precaver. Triste realidade a nossa…

  10. Não é paranoia, vivemos num país violento.

  11. Nossa, concordo demais com o seu post e é outro ponto que muita gente não pensa na hora de viajar por aqui. Aliás, viver né!
    Me mudei recentemente para o interior e achava que teria uma qualidade de vida melhor. Até tenho, mas diariamente tem casos de estrupos, assaltos, assassinatos… Cadê a prometida tranquilidade de uma cidade de 17 mil habitantes (onde mais da metade mora na zona rural)?
    Não sei viu… Pena ter um país tão lindo e rico, mas tão bagunçado!

    • Nathalia, nasci e cresci no interior e há algumas décadas era realmente tranquilo. Há uns anos morei em Campo Belo epensei que lá seria tranquilo. É uma cidade de 50 mil habitantes, não haveria perigo, né? Que péssima surpresa tive ao descobrir que a criminalidade na cidade era super alta! Era como você descreveu. A verdade é que a violência já não é restrita às grandes cidades. O que eu via lá é que a droga chegou com tudo e causou esse estrago. :-/

  12. Muito interessante o texto e a reflexão. Turista no Brasil é feito de besta pelas companhias aereas, por hoteis, por restaurantes(sou piauiense e em fortaleza um garçom na praia disse q ia me entregar o cardápio p n turista mas eu n podia falar nada p ngm),por vendedores ambulantes,enfim é um eterno jeitinho brasileiro pra tirar vantagem de todo mundo.
    Claro que existem espertos no mundo inteiro, mas no Brasil as coisas são piores. Sem falar na segurança, qual lugar do Brasil q vc pode visitar e ficar c uma máquina fotográfica pendurada no pescoço ou com o celular a mostra tirando fotos? Vc já vai preparado: n use relógio, n use tênis caro, cuidado c câmera,cuidado c celular. A pessoa já chega “aterrorizada”.
    Triste. =/

    • Esse “jeitinho” já começa nas tarifas dos hotéis, né? Enquanto no resto do mundo costuma ter uma tabela bem clara de preços de alta e baixa temporada, aqui a gente tem que mandar um e-mail para ter as informações. Parece que o preço varia de acordo com a “cara” do freguês até nesses casos!

      Eu não tenho coragem nem de usar o celular no caminho para o trabalho, pois casos de assaltos não faltam, e muito menos de andar tranquilamente com uma câmera no pescoço aqui. Morro de vontade de fotografar os prédios no centro de BH, mas não me atrevo. O único lugar em que me sinto realmente tranquila por aqui é na Praça da Liberdade, pois lá sempre há policiamento.

  13. Ótimo texto! Concordo com tudo que escreveu e adicionaria mais um caminhão de argumentos. A propósito, tive exatamente o mesmo problema com ônibus em Vitória (http://vladcampos.net/1FL2tFQ). É triste não poder fazer turismo no Brasil com tranquilidade :-(

    • Acabei de ler seu post. Foi a mesma situação! Ficamos frustrados por não poder traçar as rotas no Google Maps ou em qualquer site oficial, então tínhamos que perguntar nos pontos de ônibus quais ônibus iam para onde queríamos, mas não era nada fácil conseguir informações precisas. Essa “obrigação” de ter que alugar um carro me irrita!

  14. Minha lista é ainda maior que a sua, porém não tenho nenhum motivo forte que me impeça de viajar pelo Brasil – acompanhada. Admiro muito as mulheres que caem na estrada sozinhas, mas não tenho coragem. Fiquei chocada com a história de Lavras Novas (sou apaixonada pelo distrito), passei o Ano Novo lá e fiz essa mesma trilha. Santa ignorância! Conhecer qualquer lugar aqui no Brasil é sempre uma aposta. Acho que São Cristovão protege os viajantes (rs!), mas a gente nunca sabe se vai ser mal atendido, desrespeitado, pagar caro demais, ser lesado ou até mesmo passar por alguma situação de violência num destino. Por enquanto as experiências positivas são maioria, espero que continue assim e que você encontre lugares que te surpreendam no nosso país! ;) Beijos!

  15. Cá,

    Essa questão dos hotéis me irrita profundamente. Até no norte do Peru eu consegui resolver minha vida pela internet e em alguns destinos do Brasil eu preciso ligar, mandar sinal de fumaça e pedir por favor para confirmar a reserva. Tomara que isso mude nos próximos anos ;)

    • E me dá ainda mais raiva porque a maioria dos hotéis aceitam cartão de crédito e a gente é obrigado a pagar metade das diárias (nunca baratas) através de depósito/transferência. Sem contar a trabalheira que a gente tem para descobrir as tarifas. Que saco!

      • E quando o deposito/transferencia internacional custa mais caro que a diaria do hotel? E’ pra chorar!

  16. Camila, achei muito interessante a discussão que você iniciou. Acho que todos nós ficamos com medo assim como você. Esse caso na Serra do Cipó é muito triste, absurdo chegarmos a esse ponto. Também adoro destinos com trilhas e viajo com meu marido. Mas penso que já é perigoso viver no Brasil, no Rio de Janeiro então é o pior lugar. Nós ouvimos todo dia alguma notícia ruim por aqui. Acho que já estamos correndo risco ao sair de casa para trabalhar, então não deixo de fazer o que gosto por isso. Fazemos muitas trilhas pelo Rio e nunca tivemos problemas, embora aconteça muita coisa sim. É algo a se pensar.
    Ah, adoro o seu blog, parabéns! Beijos! Larissa

    • Larissa, é isso mesmo, a gente sente que corre risco ao colocar os pés na rua. Quando soube sobre o assassinato na Serra do Cipó eu só pensava que poderia ser eu, sabe? Assim como quando vejo notícias de pessoas baleadas num assalto, às vezes perto da minha casa. É muito triste viver assim…

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