Transporte na Geórgia e na Armênia: uma saga

Se você planeja uma viagem pelo Cáucaso, esse post é para te ajudar a decidir a melhor forma de se locomover por lá. Isso não significa que nossas escolhas foram sempre boas. Sem dúvidas a parte do transporte na Geórgia e na Armênia foi a que mais nos fez quebrar a cabeça na nossa viagem. Pelo que pesquisei, o transporte no Azerbaijão segue a mesma linha e esse foi um dos motivos que não nos deixou esticar a viagem até lá.

A gente costuma dizer que a função do blogueiro de viagem é errar antes para que você não precise cometer os mesmos erros depois. Espero que estejam aproveitando bem as dicas que deixo aqui, mas sabem como é, casa de ferreiro, espeto de pau.

Transporte na Geórgia e na Armênia

Sou blogueira das antigas, leitora assídua de diversos blogs de viagem, mas resolvi ignorar as ressalvas do Gabriel Britto (do extinto blog Gabriel Quer Viajar) em relação ao transporte na Geórgia. Ele não quis encarar os perrengues e alugou logo um carro. Por mais que o Eduardo e eu não gostemos de alugar carro nas férias, sei que às vezes ele é necessário para se fazer certos roteiros com tranquilidade. Teimamos e decidimos fazer tudo de transporte público. Voltamos vivos, mas com algumas das nossas piores lembranças na estrada. Um dia desses faço a lista das piores, mas já adianto que pelo menos uns dois trechos da viagem pelo Cáucaso entrariam nas primeiras posições.

Fila de caminhões na Rodovia Militar da Geórgia

O transporte é claramente o ponto fraco da região. Ainda bem que há muitos outros pontos positivos para compensar esse problema e depois que passa tudo vira história para contar. Vou detalhar aqui como foi cada um dos trechos da viagem e quem sabe assim vocês descubram o que podem fazer para não cair nas mesmas furadas que nós.

Antes disso, algumas informações importantes para começar a entender como funciona o transporte na Geórgia e na Armênia:

  1. As formas mais comuns de transporte entre as cidades são o táxi compartilhado e as marshrutkas, vans facilmente encontradas no Leste Europeu e na Ásia Central. É raro encontrar ônibus. Nós mesmos não viajamos em nenhum ônibus, apenas vans.
  2. Em Tbilisi e Yerevan as marshrutkas partem de diferentes estações, dependendo de seu destino. Eu consultei as estações no Guia Lonely Planet, mas confirmei as informações nas pousadas em que nos hospedamos. Colocarei aqui o nome das estações que utilizamos, mas é sempre bom confirmar na época, pois os locais podem mudar.
  3. É possível viajar de trem tanto na Geórgia quanto na Armênia. Em geral os trens são antigos e lentos, mas podem quebrar um galho em viagens noturnas. Nós fomos de trem de Tbilisi para Zugdidi e de Tbilisi para Yerevan. Viajamos em cabines privativas com duas camas. Não consegui comprar as passagens pela internet, mas se você também deseja viajar nas cabines privativas é recomendável reservá-las com pelo menos alguns dias de antecedência, especialmente nos meses de verão. Nós compramos as passagens assim que chegamos a Tbilisi. Elas são vendidas no último andar da Estação Central (metrô: Station Square/Sadguris Moedani). Em um dos guichês alguém falará inglês, mas leve as informações da sua viagem anotadas para facilitar a conversa. É necessário apresentar o passaporte para comprar as passagens. Para informações atualizadas sobre as rotas, horários e preços, consulte os sites da Georgian Railway e da SCR, a companhia armênia. Encontrei muitas informações também no site Seat 61.

Todas as informações aqui colocadas são referentes à nossa viagem realizada em abril de 2015. Verifique sempre informações atualizadas, pois a situação do transporte na Geórgia e na Armênia pode ter mudado desde então. Espero que para melhor! Então vamos lá! Como eu disse, tenho muita história para contar…

DE TBILISI A KAZBEGI DE TÁXI – 154 KM

Por mais que viajemos muito, às vezes ainda somos bastante inocentes nos primeiros dias de uma nova viagem. Já tínhamos pesquisado e decidido que a melhor forma de ir de Tbilisi a Kazbegi (Stepantsminda) era de van. Fomos cedinho de metrô até a estação Didube, ao lado da qual fica um terminal de marshrutkas. Estávamos procurando a van para Kazbegi quando nos deixamos seduzir pelo papo dos taxistas que nos abordaram.

O táxi compartilhado é comum tanto na Geórgia quanto na Armênia. Se você não quiser pagar pelo táxi privado, terá que esperar o carro encher para que a viagem comece. A comunicação era tão precária que nem sabíamos se viajaríamos sozinhos ou não. Eles começaram pedindo 100 lari para nos levar a Kazbegi, mas acabamos fechando por 50. No início pareceu um bom negócio, nos colocaram em um bom carro, mas logo foi virando uma confusão, uma espera longa, troca de carro, o motorista não falava inglês… Enfim saímos, por volta das 10h.

Táxi compartilhado de Tbilisi a Kazbegi Estrada na Géorgia

Fomos em uma minivan com mais três passageiros e o motorista. A viagem foi tensa! O motorista corria muito e o carro nem tinha cinto de segurança. Quer dizer, acho que até tinha, mas não estava acessível, coisa comum em toda nossa viagem pelo Cáucaso. Em Gudauri, a cerca de 30 km de Kazbegi, um dos passageiros desceu e nós e o outro casal passamos para outro carro, um carro velho e com um motorista também bem mais velho. Nós só seguíamos o fluxo, pois ninguém ali falava inglês. Éramos os únicos turistas.

Táxi compartilhado na Geórgia

Rodovia Militar da Geórgia

O segundo motorista era tão maluco quanto o primeiro, mas nesse trajeto final a estrada era mais perigosa. Estávamos no meio das montanhas da Rodovia Militar da Geórgia, uma estrada cheia de curvas e molhada pela neve, passando ao lado de altos despenhadeiros. E o motorista lá, com toda sua imprudência! Ficamos parados um tempo na estrada junto a uma fila gigantesca de caminhões. Não sei se tinha algo a ver com a fronteira com a Rússia, da qual estávamos bem próximos, ou se com a situação da estrada por causa da neve. Chegamos a Kazbegi por volta das 13h. Resumindo, nossa viagem pela Geórgia começou com emoção!

Fila de caminhões na Rodovia Militar da Geórgia

Rodovia Militar da Geórgia

Rodovia Militar da Geórgia

Montanhas nevadas na Rodovia Militar da Geórgia

  • Ponto de partida: Estação de marshrutkas Didube (metrô Didube)
  • Tempo de viagem: 3 horas

DE KAZBEGI A TBILISI DE VAN – 154 KM

Estávamos traumatizados com a primeira experiência num táxi georgiano e na volta para Tbilisi preferimos a marshrutka. As vans saem da praça na avenida principal. É bom checar os horários atualizados na sua pousada, pois eles podem variar ao longo do ano. Nós pegamos a van das 9h. Pagamos apenas 20 lari e viagem foi mais segura que a de táxi. Nada de cinto de segurança novamente, mas o motorista era menos imprudente. Novamente, éramos os únicos turistas. Tinha nevado mais durante a noite, o dia estava ensolarado e a paisagem estava ainda mais bonita.

Paisagem próxima a Kazbegi

Neve na Rodovia Militar da Geórgia Neve na Rodovia Militar da Geórgia

Paisagem na Rodovia Militar da Geórgia

Chegamos a Tbilisi, na estação Didube, antes de meio-dia. A viagem durou o mesmo tempo, foi bem mais barata e mais segura, então sem dúvidas achei que a van foi a melhor opção. Bom mesmo seria encontrar um motorista particular confiável e poder parar ao longo do caminho, pois não faltam lugares interessantes. A Rodovia Militar da Geórgia é muito cênica, as paisagens são fantásticas.

  • Ponto de partida: praça principal de Kazbegi
  • Preço: 10 lari por pessoa
  • Tempo de viagem: 3 horas

DE TBILISI A MESTIA DE TREM + TÁXI – 463 KM

Esse era o trecho de que eu tinha mais medo. Além de ser o mais longo, era também o mais perigoso. Já tínhamos decidido encarar o pequeno avião da Vanilla Sky que voa entre Tbilisi e Mestia (veja mais informações sobre esse voo no blog Travel Surf Repeat). Pois é, eu tinha menos medo do avião do que da estrada… Eu já tinha até feito nossa reserva quando me informaram que os voos tinham sido cancelados por duas semanas devido a uma inspeção técnica. É claro que eram justamente as semanas em que estaríamos na Geórgia.

Preferimos então minimizar nosso tempo na estrada fazendo parte do trajeto de trem, de Tbilisi a Zugdidi. Saímos da Estação Central de Tbilisi às 21h10 e chegamos a Zugdidi às 6h25, pontualmente. São cerca de 330 km de distância e eu desconfio que o trem ande o mais devagar possível só para chegar lá no horário certo, porque não é possível tamanha lentidão!

Viajamos na cabine privativa, mas confesso que não tenho muitas lembranças dessa viagem. Só lembro que o trem era muito lento e que parava o tempo todo. Não tenho nenhuma foto do trem, não escrevi nada sobre ele no meu diário de bordo e acho que o apagão aconteceu simplesmente porque eu estava anestesiada de tanto frio. Naquele dia, 11 de abril, o inverno parecia ter retornado à Geórgia. Antes de embarcar em Tbilisi, compramos gorros e luvas, vestimos todas as roupas que levamos e ainda assim passamos frio. No trem não tivemos outra opção além de hibernar.

  • Ponto de partida do trem: Estação Central de Tbilisi (metrô: Station Square/Sadguris Moedani)
  • Preço: 25 lari por pessoa na cabine privativa (Soft-seated carriage)
  • Tempo de viagem: pouco mais de 9 horas

Descemos na estação de Zugdidi e lá já estavam as marshrutkas para Mestia e outros destinos na região. A van para Mestia era a única que trazia o destino escrito no alfabeto latino. Ainda faltavam cerca de 13o km para nosso destino final. Entramos e ficamos esperando. Depois de um tempo a van saiu, mas logo parou novamente e o motorista explicou que sairíamos de lá às 8h. Ainda não era nem 7h. Apenas um casal de jovens ingleses estava na van conosco. Não queríamos esperar tanto, então decidimos dividir um táxi com eles. A diferença não era tão grande: a van custaria 20 lari por pessoa e o táxi 30.

O táxi era enorme (não entendo de carros, mas ele tinha duas fileiras de bancos para passageiros), pudemos colocar cinto de segurança, o motorista era cuidadoso e viajamos bem confortáveis. Pena que aproveitei essa mordomia por pouco tempo, pois logo apaguei. Eu estava com tanto medo de passar mal na estrada (suas curvas são famosas!) que tomei um Dramin inteiro, o que me fez capotar quase imediatamente. Acordei poucas vezes para ver a neve caindo através do vidro do carro embaçado. Pois é, estava nevando! Saímos de Zugdidi às 7h e chegamos a Mestia às 9h30. Esse trecho foi mais rápido e melhor do que eu imaginava!

Neve caindo na estrada para Mestia

Neve caindo na estrada para Mestia

DE MESTIA A TBILISI DE VAN – 463 KM

Tínhamos planejado repetir o combo táxi+trem na volta para Tbilisi, mas acabamos antecipando nossa volta e a saída foi voltar de van. Aí está mais uma das viagens que vai entrar para a lista das piores! A van saiu de Mestia às 7h. Chegamos lá com meia hora de antecedência e ela já estava quase lotada. A dona da nossa pousada já tinha reservado nossas passagens, então fica a dica: não deixe para comprar na hora. Só conseguimos sentar na última fileira, em bancos adaptados que não existiam na van original. Era horrível! Não tínhamos como nos mexer pra frente ou pro lado!

Só pelo desconforto a viagem já teria sido horrível, mas para piorar o motorista era um dos malucos que dirigem mal, correm demais, ultrapassam de qualquer jeito e fumam dentro do carro. Chegamos a Tbilisi por volta das 16h e descemos na estação de trem (metrô: Station Square/Sadguris Moedani). No final da viagem parecia que tínhamos sorte de estar vivos. Ainda bem que minha mãe não lê esse tipo de post…

O melhor que poderíamos ter feito era pegar o contato do motorista que nos levou a Mestia e voltar com ele para Zugdidi, de onde poderíamos partir de trem ou de ônibus para Tbilisi. Vacilamos. Com certeza teríamos tido uma experiência melhor.

  • Ponto de partida: Praça principal de Mestia
  • Preço: 30 lari por pessoa
  • Tempo de viagem: 9 horas

DE TBILISI A SIGHNAGHI DE VAN – 110 KM

Ufa! Enfim um descanso! Apenas 110 km separam Tbilisi de Sighnaghi. A região era plana e a estrada vazia, então foi uma viagem bem tranquila. Pegamos a van no terminal ao lado do metrô Samgori. Ela saiu pontualmente, às 11h, e a viagem durou uma hora e meia. Pagamos 6 lari por pessoa.

Estrada de Tbilisi a Sighnaghi

Estrada de Tbilisi a Sighnaghi

Voltamos para Tbilisi também de van e novamente foi tudo tranquilo. O preço foi o mesmo. Descemos na estação de metrô Samgori, mas a van parou também na estação Isani, mais perto do centro da cidade. Estão vendo? Nem tenho muito o que contar! É o que acontece quando uma viagem é normal.

  • Ponto de partida: estação Samgori (metrô: Samgori)
  • Preço: 6 lari por pessoa
  • Tempo de viagem: uma hora e meia

DE TBILISI A YEREVAN E VICE-VERSA

Tanto a ida quanto a volta dessa viagem merecem posts exclusivos. Fomos de Tbilisi a Yerevan de trem, sendo praticamente transportados no tempo à época da extinta União Soviética. Voltamos para Tbilisi num tour por alguns dos principais mosteiros da Armênia. Experiências diferentes, mas ambas interessantes. Aguardem!

Leia também: Trem noturno de Tbilisi a Yerevan

DE YEREVAN A GORIS  DE TÁXI – 230 KM

Nesse trecho nossa única opção era ir de táxi e ponto final. Na época em que fomos não havia transporte público ligando Yerevan a Goris. Não sei se a rota já foi restabelecida, mas em abril de 2015 o único jeito de chegar lá era mesmo de táxi. Como eu já contei, o táxi compartilhado é uma forma de transporte comum na Geórgia e na Armênia, então lá fomos nós mais uma vez.

Nosso hotel em Yerevan era fantástico, mas nem ele conseguiu resolver o problema do transporte para nós. O pessoal da recepção reservou nossa vaga em um táxi, mas quem disse que ele apareceu no horário combinado na manhã seguinte? A moça ligou para o motorista, bateu boca com ele um tempo e conseguiu a promessa de que ele chegaria em meia hora. É claro que ele demorou mais que isso. A moça mesmo nos disse que esse sistema de táxi é muito complicado. Que falta faz um bom sistema de transporte!

Táxi compartilhado na Armênia

Táxi compartilhado na Armênia

Acabamos saindo de Yerevan bem mais tarde do que planejamos. O motorista era um senhor que não falava nenhuma palavra em inglês, assim como os outros dois passageiros que viajaram conosco. Não conseguimos localizar o cinto de segurança no banco de trás e na linguagem universal da mímica o motorista nos dizia que ele era dispensável. Devia ser mesmo, já que os da frente estavam funcionando e ninguém usava. Quando passávamos por algum policial eles só puxavam os cintos sobre o corpo e logo os soltavam. Não preciso nem dizer que esse motorista também era maluco, né? Juro que houve um momento em que ele estava fazendo uma ultrapassagem numa curva (mesmo sendo possível avistar carros vindo) e falando ao celular, tudo ao mesmo tempo. Dirigir na contramão parecia ser a regra. Pagamos 9.000 dram por essa viagem emocionante. Sim, essa também entra para a tal lista.

No início da viagem, lá estava o onipresente Ararat em todo seu esplendor. Nas partes mais altas havia muita neve e em alguns pontos a estrada estava molhada pelo degelo. É uma paisagem muito bonita. Seria uma viagem muito gostosa com um pouco menos de emoção.

Monte Ararat

Estrada de Yerevan a Goris

Estrada de Yerevan a Goris

Estrada de Yerevan a Goris

DE GORIS A SEVAN DE TÁXI – 240 KM

Eu já contei que nosso hotel em Goris foi nosso porto seguro nessa parte da viagem. Foi através do hotel que conseguimos um bom motorista para ir ao Mosteiro de Tatev e foi ele que acabou nos levando a Sevan. Dessa vez estávamos mais tranquilos, já tínhamos visto que ele não era um dos malucos. Infelizmente ele não falava inglês e a gente não falava armênio ou russo, então não deu para batermos papo, mas ele até que tentava. Acho que foi a primeira viagem dele a Sevan, pois ele não conhecia o caminho. Ainda bem que tínhamos o GPS do celular para ajudar. Pagamos 25.000 dram, já incluída aí nossa gorjeta.

Dessa vez éramos os únicos passageiros e poderíamos parar para tirar fotos, mas havia tanta neve no caminho que acabamos desanimando. Hoje até me arrependo de não ter encharcado meu tênis para ver o Caravanserai de Orbelian de perto. Essa antiga estalagem para viajantes, construída em 1332, estava praticamente coberta pela neve. Minha preguiça de enfrentar o frio me fez vê-la só assim, da beira da estrada.

Caravanserai de Orbelian sob a neve

Estrada de Goris a Sevan

Estrada de Goris a Sevan

Estrada de Goris a Sevan

Estrada de Goris a Sevan

DE SEVAN A YEREVAN DE VAN – 65 KM

A van de Sevan a Yerevan foi a mais organizada que pegamos. Compramos as passagens no escritório no ponto de ônibus, a van saiu no horário marcado, tudo como se deve. Isso não quer dizer que a van era boa, nada disso, era mais uma caindo aos pedaços, mas pelo menos a viagem foi curta. Em menos de uma hora chegamos a Yerevan. O problema é que a van para muito longe do centro da cidade. Pagamos 600 dram cada um pela passagem da van e mais 1.500 dram pelo táxi até o centro da cidade. Saiu barato, mas acho que teria sido melhor contratar um táxi em Sevan que nos deixasse na porta do hotel.

  • Ponto de partida: Ponto de ônibus em Sevan (Sayat-Nova com Nayrian)
  • Preço: 600 dram
  • Tempo de viagem: uma hora

Ao fim de toda essa saga, posso dizer que não é a precariedade dos carros ou das estradas que fazem com que o transporte na Geórgia e na Armênia (e de quebra no Azerbaijão) seja o ponto fraco de uma viagem ao Cáucaso. As estradas nem eram tão ruins, o problema eram os motoristas. Desconforto a gente consegue aguentar, mas falta de segurança é complicado, né? Mas, como o Gabriel pontuou no post dele, os índices de acidentes por lá ainda são mais baixos que os dos Brasil. Parte disso com certeza se deve ao fato de as estradas serem mais vazias que aqui.

Depois de tanta reclamação, vocês já devem estar achando que eu não indico uma viagem para a Geórgia e a Armênia. Não me entendam mal! O transporte é sim complicado, mas com um pouco de planejamento é possível contornar as rotas mais complicadas e por isso eu fiz questão de contar todos os percalços da nossa viagem, assim vocês podem se planejar melhor.

Eu encontrei pouquíssima informação antes da minha viagem, quase nada em português. Sei que o público que procura por posts dessa região é pequeno, mas espero ajudar as poucas pessoas que passarão por aqui em busca de informações sobre o transporte na Geórgia e na Armênia. Só você pode decidir o que é melhor para a sua viagem.

Passada a fase difícil, vou mostrar para vocês que não faltam motivos para planejar uma viagem à Geórgia e à Armênia. Eu não vejo a hora de voltar! Aguardem que vem muita coisa linda por aí!

Veja todos os posts sobre a minha viagem à Geórgia e Armênia.

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8 Comments

  1. Interessante! Viajar é aprender – com as experiências boas e as nem tanto.
    Devo ir para Azerbaijão e Geórgia no ano que vem, e lembrei de passar aqui para ver ver um pouco de como foi a experiência de vocês (não é a primeira vez que faço isso). A julgar pelos nossos destinos, nosso estilo de viagem é um pouco parecido!
    Abraços e obrigado por compartilhar as experiências de vocês!

  2. Luiz Marcelino

    Do planejamento a realidade, eu e esposa começamos nossa viagem pelo Nakhchivan ( Naquichevão) o que mais me impressionou e que nós tanto almejávamos conhecer foi a suposta tumba de Noé , ficamos nesta impressionante república autônoma que faz parte do Azerbaijao por 3 dias e partimos para o Baku, capital Baku não perde em nada para muitas capitais européias , Lahij, Sheki , Qabala , adoramos o país e sua simpática população . Partimos para a Georgia , Tbilise umas das cidades mais belas que ja conhecemos on o novo convive com o moderno , seguimos para antiga capital Mitshketa, depois impressionante Stepansminda (kazbeg) , Mestia e suas Torres defensivas , Ushguli villages, e agora estamos em Batumi na Republica Autonoma da Ajária e sobre fortes chuvas e de acordo com a previsão por 3 dias …. mas vamos aproveitar de qualquer maneira ….ah estes motoristas georgianos como mencionado neste blog são demasiadamente atrevidos ! Próxima parada Armenia , Yerevan, Garni , Khor Virap, Tatevi, nossa tantos lugares e terminaremos nossa viagem no Iran… quase 3 mil fotos ate o momento e muitos a que contar … até mais

    • Camila Navarro

      Que bom receber notícias da sua viagem em tempo real! Ainda quero muito conhecer Baku, foi uma pena não conseguir incluir o Azerbaijão no meu roteiro, logo o país que me motivou a conhecer a região! Ah, e Tbilisi! Adoraria voltar! Também é uma das cidades mais bonitas que já conheci. Espero que o restante da viagem continue surpreendente!

  3. Renata Scotti

    Camila, entendo o drama, também passei perrengue na Europa do Leste por conta de transporte e nem foi o tanto que você passou… Queria só comentar sobre o trem longo. Também peguei um de Solotyvno até Lviv (ambas na Ucrânia) e deveria ser uns 400 km mas durou 13 horas. Só me dei conta o motivo mais tarde: tinham as belas montanhas cárpatos, que obviamente impediam o trajeto direto. Além disso, a viagem contou com 20 paradas em cidadezinhas anônimas… rs E nem foi a duração o pior, foi a farofada e as PULGAS no trem, além do calor infernal de dia e frio à noite… Não recomendo a ninguém repetir isso! rs

    • Pois é, os trem no Cáucaso também tinham as dezenas de paradas. Parecia que a gente começava a andar e já parava de novo, não rendia! Mas pelo menos das pulgas fiquei livre. Credo!

  4. Arcanjo Neto

    Olá Camila, fiz esses mesmos trechos que você fez e mais alguns outros pela Armênia, sempre usando transporte público, mas usando muito mais as marshrutkas do que os táxis. Realmente não dá para comprar as passagens estando ainda aqui no Brasil, mas chegando lá até que é relativamente fácil se deslocar, o problema é o como. Achei os motoristas georgianos muito mais loucos do que os da Armênia, se bem que as estradas da Armênia são um pouco pior. No Azerbaijão peguei apenas um táxi para Qobustan e foi tranquilo. No primeiro transporte que eu peguei na Geórgia quase morro do coração! Os caras ultrapassam de todo jeito, não querem nem saber se vem carro na contramão. Depois de um tempo comecei a prestar atenção e percebi que os carros que eram ultrapassados afastavam um pouco para o acostamento para dar espaço a quem ultrapassava. Ainda assim até hoje tenho dúvidas se as estradas deles de pistas simples (tirando as das montanhas, claro) não são um pouco mais largas que as nossas para que eles consigam fazer aquilo…

    • Arcanjo, eu nem sei dizer se foram os motoristas georgianos ou armênios que me deixaram com mais medo! Se bem que acho que foram os georgianos mesmo, porque na Armênia só pegamos um maluco. Quando a gente vê como eles dirigem fica até difícil entender como não acontecem acidentes a todo momento, né? Que loucura!

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