Tiwanacu

TiwanacuAntes dessa viagem eu achava que a melhor forma de se fazer turismo seria sempre por conta própria, sem agências ou guias, com maior liberdade e preços menores. Isso pode até ser verdade na Europa, onde os transportes públicos são eficientes e as informações estão disponíveis, ou mesmo no Brasil, onde já sabemos o que esperar e encontraremos menos dificuldades, mas em países com pouca infraestrutura como Bolívia e Peru (não, o Brasil não está tão atrasado nesse ponto!), ser independente pode ser uma tremenda fria. Os serviços disponíveis à população são de péssima qualidade e nem um pouco confiáveis. Além disso, aqueles que não trabalham com turismo não fazem a mínima questão de ser simpáticos com o turista ou de auxiliá-lo. Resumindo: quando viajar para um desses países, esteja sempre perto de outros turistas! Os ônibus são melhores, você será bem tratado e o melhor de tudo: mesmo assim será barato. E em todas as cidades turísticas há uma centena de agências de turismo que prestam serviços praticamente idênticos, o que nos deixa livre para escolhermos pelo preço e pela simpatia do atendente.

Em La Paz a nossa escolha foi a Alberth Tours. Os preços dela eram bons e os atendentes muito agradáveis, não se importando com o nosso portunhol meia-boca ou com nossas inúmeras perguntas. Com eles fechamos o passeio a Tiwanacu para o nosso segundo dia em La Paz. Foi na sorte, mas não nos decepcionamos. Tudo correu perfeitamente bem e o guia no passeio era muito bom.

Às 08h do dia seguinte à contratação do passeio, um rapaz nos buscou no hotel para irmos caminhando até a van que estava há uma quadra dali (geralmente em todos os passeios o motorista nos pega e nos deixa no hotel). O transporte com o guia custou 50 bolivianos por pessoa (cerca de 12 reais, em maio de 2008) e a entrada ao sítio arqueológico mais 80 bolivianos (20 reais). Essa entrada eu achei bem carinha, principalmente se comparada ao preço de tudo mais na Bolívia.

As ruínas de Tiwanacu, ou Tiahuanaco, estão localizadas nas proximidades do Lago Titicaca, a 70 km de La Paz. A viagem até lá dura pouco mais de uma hora. No dia em que fomos estava havendo o referendo sobre autonomia em Santa Cruz e na saída da cidade vimos algumas manifestações da população indígena contra o referendo. Infelizmente, com o carro em movimento não foi possível tirar boas fotos.

Manifestação em La Paz

No caminho paramos em um mirante para apreciar mais uma das lindas faces dos Andes. Todo o percurso no caminho para Tiwanacu já é uma baita atração.

Caminho para Tiwanacu

Caminho para Tiwanacu

Caminho para Tiwanacu

A visita ao sítio arqueológico começou no Museo Regional de la Cultura de Tiwanaku. O museu abriga vários objetos de cerâmica e metal encontrados nas escavações, além de vestimentas e diversos crânios deformados que contam a história das civilizações que viveram no altiplano. O museu é bem bonito e parece ter sido reformado há pouco tempo.

Tiwanacu

TiwanacuBarco em Tiwanacu

Com um barquinho como esse aí em cima historiadores acreditam que os antigos povos dessa região tenham chegado à Polinésia! Já no sítio arqueológico a impressão que tivemos é de que ainda há muito a ser feito. Muitas ruínas ainda estão cobertas por terra ou já se deterioraram pela ação do tempo ou do homem. Várias construções foram destruídas pelos espanhóis para que as pedras fossem utilizadas naquela igreja que se pode ver no canto direito da foto abaixo.

Ruínas de Tiwanacu

Ruínas de Tiwanacu

No momento estão sendo feitas pesquisas e escavações no local, mas o que o guia nos disse é que o governo boliviano não tem dinheiro para investir na restauração do local. Esse é um dos motivos do aumento do preço da entrada. Mesmo assim Tiwanacu é imperdível!

Tiwanacu

Tiwanacu

Tiwanacu

Tiwanacu

TiwanacuTiwanacu

Tiwanacu

TiwanacuTiwanacu

TiwanacuTiwanacu

TiwanacuTiwanacu

Tiwanacu - Pedra Acústica

O passeio terminou no único restaurante do sítio. O menu entrada + prato principal custou 25 bolivianos (6 reais). De entrada escolhi a sopa de quinua. Eu adorei o prato e repeti a dose várias vezes durante a viagem. E depois a carne de lhama. Pra ser sincera, não gostei muito não. Achei bem durinha. Será que foi por isso que eu voltei dessa viagem vegetariana? ;-)

Sopa de quinuaCarne de lhama

Chegamos a La Paz por volta de 17h30 e no caminho de volta tivemos direito a uma vista panorâmica da cidade, emoldurada pelas montanhas ao seu redor. Foi um ótimo desfecho para o nosso passeio.

Vista de La Paz

Vista de La Paz

Veja todos os posts da nossa viagem por Bolívia e Peru.

10 Comments

  1. Natália, essa tal da direção perigosa me deixou morrendo de medo tanto na Bolívia quanto no Peru. E os hábitos locais então… haha Não gostei muito não! ;-)

    Beijos!

  2. Fui de carro para Tiwanaku, correu tudo super bem. Mas claro que não falamos em transportes públicos, afinal alugamos um carro.
    Porém em outras regiões da Bolívia, não tivemos muitos problemas com os transportes, exceto pelos hábitos locais, como a música alta no ônibus mesmo de madrugada e a direção um tanto quanto perigosa.
    Adorei o post! Beijão!

  3. Sandrinha, tivemos alguns contratempos quando tentamos ser independentes, por isso meu receio. Mas você pode ter tido sorte ou eu é que posso ter tido azar. ;)

  4. Viajei recentemente para a Bolívia e minha impressão sobre o país é outra, no que tange a simpatia das pessoas que não trabalham com turismo. As pessoas sabiam me informar tudo o que perguntava, e somente a Tiwuanacu fui com guia. Ou tive sorte, ou as coisas mudaram por lá desde 2008.

  5. Oi, Carla! Que bom que você está de volta! Foi uma pena você não poder ter visitado Tiwanacu. Só o caminho até lá já vale e passeio!

  6. Camila, eu fiquei morrendo de pena de não visitar Tiwanaku… Estava no meu roteiro, mas com o cancelamento do vôo no primeiro dia da minha viagem, foi esse o passeio que eu tive que sacrificar.

    Em tempo: concordo totalmente com a sua opinião acerca da necessidade de se ter um guia. Na Bolívia o turista independente fica meio sem pai nem mãe, porque não tem transporte nem informação adequada. E assim não se aproveita nada da viagem, né?

  7. Carol, também fico muito triste quando vejo que a história está se perdendo…

  8. Adoro visitar locais em ruinas… me fascina conhecer a história e saber que há muuuuuuuuuuuuito tempo atrás pessoas viveram e trabalharam por lá. Mas é uma pena que a maioria desses lugares não são devidamente cuidados e conservados… o resultado disso virá daqui a alguns anos quando não sobrará nem uma pedra pra contar a história. Vamos torcer que Tiwuanacu seja bastante visitada, assim o governo consegue arrecadar uns bolivanos para conservar o local…

    Beijos

  9. O problema é que o tempo nunca é suficiente para conhecermos tudo o que dá vontade… Quando estávamos em Puno quase mudamos um pouco a rota pra dar um “pulinho” em Arequipa. Mas seriam muitas horas dentro de um ônibus, teve que ficar pra próxima…

  10. Muito legal, embora eu não tenha ido, quando estava em Cusco passou um documentário sobre Tihuanaco no The History Channel, no hotel, e fiquei pensando que bem que poderia ter esticado o passeio até lá, já que iria até o Titicaca mesmo…

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