198 Livros: Ruanda – The Past Ahead

198 Livros - RuandaRuanda! Agora sim a brincadeira começou de verdade! Se tem uma coisa que esses poucos dias de #198livros já me ensinaram é que eu não sei nada sobre o mundo. Me conta a verdade: quais autores ruandeses você conhece? Ou melhor, o que você sabe sobre Ruanda? É bem provável que você não possa nem mesmo apontar Ruanda no mapa, assim como eu não poderia até semana passada. Mas é que são tantos países na África e os nomes às vezes são parecidos… Já aprendi que os nomes podem até nos confundir, mas as histórias são únicas.

Eu sabia vagamente, por causa de alguns programas de viagem, que algo muito triste havia acontecido recentemente em Ruanda, mas não tinha a mínima noção da proporção do genocídio que deixou cicatrizes profundas no país e das quais ele ainda tenta se curar. E pensar que isso aconteceu há tão pouco tempo! Eu ainda era criança, mas como pude crescer indiferente a esses acontecimentos? Como diz um personagem do livro ruandês que eu li, refletindo bem essa indiferença,  “é terrível, mas o que se pode fazer”?

É meio difícil explicar o que aconteceu, mas vou fazer apenas um breve resumo histórico para criar um contexto. Décadas de imperialismo incitaram o ódio entre as duas principais etnias de Ruanda, os tutsis e os hutus, que são bem mais semelhantes do que a história recente nos faz supor. A discriminação foi praticamente imposta pelos belgas, que “tomaram conta” de Ruanda após a Primeira Guerra Mundial. A etnia de cada um passou a ser estampada nas carteiras de identidade. Os hutus eram o grupo majoritário e também a camada menos favorecida da população. Mesmo após os belgas  deixarem o país, o clima de conflito continuou se acentuando e culminou em um atentado que derrubou o presidente, em 6 de abril de 1994. Em seguida, extremistas hutus começaram a perseguir os tutsis, a quem culpavam pelas mazelas do país. Hutus moderados também não foram poupados. O genocídio foi planejado e ganhou cada dia mais força. Anúncios em rádios convocavam os hutus a se juntarem ao massacre. Durante cem dias a violência dominou as ruas. Do dia para a noite, pessoas normais se tornaram soldados e assassinos. Tudo o que pudesse ser usado para matar se transformou em arma: machados, facões, porretes. Os números divergem, mas estima-se que cerca de 800 mil pessoas foram assassinadas e que quase três milhões se refugiaram nos países vizinhos. Menos de duzentos mil tutsis sobreviveram, de uma população de cerca de um milhão. Enquanto isso, o resto do mundo parecia fechar os olhos ao que acontecia naquele pequeno país da África.

Ruanda ainda se refaz desses acontecimentos. A reconstrução do país e a reconciliação entre hutus e tutsis estão curso, mas os ruandeses não medem esforços para criar uma nova história.  Ruanda não é mais a mesma desde o genocídio e sua literatura, que até então era primariamente oral, também não. Nos anos que se seguiram, o genocídio foi documentado através de relatos de sobreviventes e de tentativas de ruandeses e estrangeiros de explicar e ao mesmo tempo entender o que havia acontecido. Mas não era isso o que eu procurava. Seria impossível me manter alheia à tragédia ruandesa, mas eu não queria enfrentá-la de frente.

Minha pesquisa estava me deixando desanimada. Em português eu só encontrava relatos pessoais, muitas vezes obtidos através de entrevistas, ou olhares estrangeiros sobre o assunto. Alguns livros não haviam sido nem mesmo traduzidos para o inglês, muito menos para o português. Além disso, a maioria não está à venda no Brasil e também não está disponível para kindle. Eu já pensava que teria que ler um livro que não me atraía tanto ou teria que comprar um no exterior e esperar alguns meses até tê-lo em mãos, quando encontrei a opção perfeita: um livro de ficção que trata do genocídio em Ruanda e que tem versão para kindle! E a sinopse do livro já entregava que ele seria especial.

The Past Ahead - Gilbert GatoreThe Past Ahead, de Gilbert Gatore, é só o segundo dos 198 livros, mas provavelmente vai entrar na lista dos que mais me marcaram. Ele conta, paralelamente, a história de dois personagens marcados pelo genocídio, Isaro e Niko. Ela é uma jovem sobrevivente do massacre cujos pais foram assassinados e que foi levada ainda criança pelos pais adotivos à França, onde cresceu rodeada de amor. Niko é um homem grotesco que nasceu mudo e sempre viveu isolado. Quando somos a ele apresentados, ele mora em uma ilha, “o único lugar onde o solo manteve a sua cor verdadeira, já que o sangue encharcou o restante do país”.  Isaro, apesar de tudo o que os pais adotivos fizeram para que ela fosse feliz, não consegue se desligar do passado, mesmo sem ter consciência disso. Então, em uma manhã qualquer, uma notícia na  rádio sobre a condenação de assassinos em seu país de origem desperta nela um turbilhão de emoções. É preciso que ela passe por um processo de desconstrução, física e mental, para que possa entender seus próprios sentimentos.

Niko nunca saiu do país de Isaro, cujo nome não é mencionado no livro. Ele nos desperta compaixão. Ao longo da história, somos induzidos a amá-lo, talvez para que sejamos capazes de perdoá-lo quando seus pecados são revelados. Isaro retorna ao seu país para tentar entender o que aconteceu. Niko vive atormentado pelos fantasmas do passado. Ambos se perguntam se é possível voltar a ter uma vida normal depois que se é marcado por uma tragédia.

The Past Ahead nos mostra os dois lados, o da vítima e a do agressor, e deixa várias perguntas no ar. O que leva um trabalhador pobre de uma vila rural a ser capaz de matar seu vizinho, ou mesmo sua família? O instinto de sobrevivência justifica que uma pessoa se torne criminosa? Um assassino é um assassino apenas no momento em que mata alguém ou esse erro deve persegui-lo por toda a vida? O fato de não se falar o que aconteceu é capaz de fazer com que os horrores cometidos se apaguem da memória? O assassinato seria imperdoável, já que a única pessoa com o direito de perdoar não estaria mais aqui para dar seu perdão? Acho que essas são perguntas que todos os ruandeses ainda estão tentando responder.

Gilbert Gatore e sua família se refugiaram no Zaire (hoje Congo) quando o massacre começou. Ele tinha 13 anos. Durante o exílio, seu pai lhe deu um exemplar de O Diário de Anne Frank, que o inspirou a manter seu próprio diário. Em 1997, quando eles foram para a França, o diário foi apreendido e ele diz que seu primeiro romance é uma forma de tentar recontar as emoções que ele sentiu nesse período. E ele fez isso de uma forma linda e poética. The Past Ahead é um livro triste, mas de uma beleza única. Quer uma dica? Leia!

Ah! Se conseguir segurar a curiosidade, não leia a introdução antes de ler o livro! Pule essa parte e volte a ela somente no final da leitura para não estragar algumas surpresas que mudam completamente a forma de lermos o livro.

The Past Ahead foi publicado originalmente em francês, em 2008, e em inglês em setembro de 2012 pela Indiana University Press. A tradução é de Marjolijn de Jager.

Mais alguns livros de autores ruandeses que descobri em minhas pesquisas:

  • The Hyena’s Wedding, John Garuka Rusimbi (Em inglês)
  • By the Time She Returned, John Garuka Rusimbi (Em inglês)
  • Sobrevivi para contar, Immaculee Ilibagiza
  • Le Feu sous la soutane, Benjamin Sehene (Em francês)
  • Remote Dawn, Barassa (Em inglês)
  • Teta, Barassa (Em inglês)
  • Victory, Barassa (Em inglês)
  • An Ordinary Man, Paul Rusesabagina (Em inglês)

Livros de autores estrangeiros que falam sobre o genocídio:

  • Uma temporada de facões, Jean Hatzfeld
  • Dans le nu de la vie, Jean Hatzfeld (Em francês)
  • Murambi, The Book of Bones, Boubacar Boris Diop (Em inglês)
  • Running the Rift, Naomi Benaron (Em inglês)
  • Gostaríamos de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias, Philip Gourevitch

Saiba mais sobre o Projeto 198 Livros.

73 Comments

  1. Juliana Tavares

    Terminei (ou quase) ontem a leitura do meu livro de Ruanda. Escolhi o Gostaríamos de informá-lo que amanhã seremos mortos com nossas famílias, pois já tinham sugerido a leitura deste livro na faculdade, assim uni o útil com o agradável. Eu já conhecia o genocídio de Ruanda, assisti o filme quando ainda estava no colégio, mas toda vez que eu vejo ou assisto alguma coisa sobre o tema me dá um arrepio. Em julho fez 20 anos do genocídio, eu senti que mídia falou pouquíssimo sobre o tema. O que você achou? Parece que a Copa do Mundo é mais importante….
    Beijos
    http://demalaecuiapelomundo.wordpress.com/

    • Ah, com certeza a Copa do Mundo é mais importante, não só para a mídia, mas para o público em geral. O mesmo aconteceu com o genocídio armênio e acontece agora mesmo com Gaza. Os brasileiros se revoltaram muito mais com a coluna do Neymar do que com as guerras que ocorrem mundo afora. Acredito no poder da leitura e da informação para mudar esse quadro!

  2. Escolhi Ruanda pra começar a leitura por ter sido seu livro preferido. E também por sua recomendação não li a introdução no início, deixei por último.
    Acho que por já ter começado a ler com a expectativa lá em cima atrapalhou um pouco, mas depois li quase tudo de uma vez. Um dia fui almoçar sozinha e fiquei lendo no restaurante e quase não voltava pro trabalho, não queria parar!
    Outra coisa, demorei a captar porque os trechos numerados hehe
    Bom conhecer um pouco de Ruanda, dá até vergonha de pensar que não sabia nada de lá.

    • Ah, a expectativa faz isso mesmo. Foi o que aconteceu comigo com o livro da Espanha…

      Queria tanto não ter lido a introdução antes! Faz muita diferença, né? Eu li já sabendo os detalhes mais importantes e que com certeza influenciaram no meu julgamento dos personagens.

      Vários livros estão me deixando com vergonha! Ruanda foi um deles. E os problemas no Saara Ocidental, que continuam acontecendo? Eu digo que o que eu aprendi até agora é que eu não sei nada sobre o mundo!

  3. Carla Portilho

    ***SPOILERS***
    Meninas, fiz essa ressalva sobre os spoilers para podermos conversar livremente, sem estragar o prazer de leitura de ninguém…

    Bom, eu pensei em fazer uns comentários mais gerais, pra gente vai trocando ideias conforme for lembrando de passagens interessantes pra comentar – o que vocês acham?

    Primeiro, desde o início eu adorei a forma como a narrativa do romance foi bolada: aquela história de cada capítulo mostrar um pouco da história de Niko e em seguida um pouco da história de Isaro me deu certeza que os dois estavam ligados de alguma forma. A princípio, assim que ele começa a matar, eu cheguei a pensar que ele poderia ter sido o assassino da família dela, mas logo a numeração dos parágrafos me fez perceber que a história dele estava sendo contada em notas, que continham números para poderem ser ordenadas, ou seja, eram parte do processo de criação de um escritor – daí a concluir que Isaro tinha deixado de lado um livro-documento para escrever uma obra de ficção inspirada nos fatos históricos foi um pulo.

    Falando um pouco sobre o Niko, é muito forte o fato de ele sempre ter sido mudo, né? Aliás, não só mudo – enquanto sério ele era um rapaz de boa aparência, mas quando sorria se tornava assustador. Se a gente para pra pensar que o sorriso normalmente torna as pessoas mais bonitas, porque mostra alegria, é muito simbólico ver que o sorriso trazia junto o horror… Quanto à mudez, Niko é o próprio representante de um povo sempre oprimido, calado por força de toda uma história de rivalidades étnicas, colonização e tal…

    Ainda estou muito intrigada com a conduta dos macacos e a punição que Niko se auto-impôs – me agrada perceber que o autor em nenhum momento separou os personagens em bons e maus sem qualquer tipo de moderação. Pelo contrário, me lembra um comentário que um ex-aluno meu fez uma vez, que todos nós temos dentro um Hitler e uma Madre Teresa de Calcutá, e que eles podem ou não emergir… Voltamos então à pergunta básica: o que torna o ser humano um monstro? Essa a gente não vai conseguir responder, ou teríamos a solução para todos os problemas que afligem a humanidade…

    Sobre Isaro, achei o suicídio dela meio gratuito… A trajetória dela foi bem interessante, talvez só tenha havido uma certa forçação de barra quando ela retorna ao seu país natal e se adapta como por milagre, e é aceita por todos também como por milagre, sem nenhuma dificuldade, como se nunca houvesse saído de lá, nem sido educada na França em condições completamente diferentes… Não é bem isso o que acontece quando um imigrante retorna ao seu país natal depois de uma longa ausência, principalmente se imigrou quando criança… Mas, de todo modo, ela cumpriu a sua função de narrar a sua história e talvez por isso pudesse dar cabo da própria vida. Ainda assim, me pareceu meio desnecessário…

    Ainda quero pensar a respeito dos três personagens que se refugiaram na frente da caverna para esperar a morte: o professor, a violentada e o contador de histórias. Tenho certeza que eles simbolizam algo maior e têm algo a mais em comum. Vou pensar um pouco mais sobre isso e ver que ideias me ocorrem…

    • Bom, eu acabei lendo o livro já sabendo do suicídio e também que o Niko era um personagem. Acho que a introdução até já conta algumas dessas coisas, mas eu tinha lido algumas reportagens sobre o livro durante e pesquisa e acabei sabendo demais. Acho que teria gostado ainda mais do livro se tivesse descoberto tudo aos poucos.

      Também gostei muito da forma da narração, alternando entre os personagens. Acho que isso deixou a leitura mais dinâmica e por isso fluiu tão fácil.

      A aparência do Niko me deixou intrigada! No início eu pensava nele como um Sméagol, de O Senhor dos Anéis, mas como é que pode ser bonito antes de sorrir e depois não? Não consegui formar uma imagem certa na minha cabeça, sabe? Uma das cenas dele que me impressionou foi quando, num dos sonhos, ele sente que pode falar, mas não tem coragem de testar porque tanto a capacidade de falar quanto a contestação de que permanece mudo são fortes demais para ele. Mais que a mudez, a solidão forçada dele desde a infância é que é o mais triste.

      Você leu algumas críticas que dizem que o pai do autor teve participação nos assassinatos e que seria por isso que ele nos faz ter empatia pelo Niko? Não sei se é verdade, mas achei muito interessante isso que ele fez, como você disse, de não separar os personagens em bons e maus. Porque é isso que aconteceu em Ruanda, né? Pessoas do bem de repente se transformaram em assassinos? Como isso pôde acontecer? Acho que todos continuam sem resposta…

      Eu vi o final de todos os personagens (Isaro, Niko, os três que vão para a ilha para morrer) como uma triste resposta do autor à pergunta que ele faz em algumas passagens do livro: é possível que as pessoas, vítimas ou assassinos, tenham uma vida normal depois de uma tragédia como a que aconteceu em Ruanda? E, pelo desfecho do livro, acho que ele acredita que não, pois nenhum deles foi capaz de seguir em frente…

      • Wanessa Lima

        Meninas, também gostei muito das histórias paralelas, mas a
        relação entre Niko e Isaro foi outra surpresa que a introdução estragou pra mim, pois a tradutora revela que há um romance dentro do romance, e que Niko é o protagonista da história
        que Isaro está escrevendo. Então, mas uma vez, a introdução tinha de ser mais cuidadosa com os spoilers! Mas, mesmo sabendo disso, eu cheguei a pensar que Isaro estivesse tentando escrever a história dos assassinos de sua família.

        A mudez total e absoluta de Niko realmente é muito marcante, mas depois vemos que o isolamento dele não é consequência só dessa deficiência, já que, no período do genocídio, ele praticamente ganha uma voz, dando ordens e
        chefiando um grupo. Como o autor deu bastante atenção à aparência dos personagens, cheguei a pensar que isso tivesse a ver com a etnia de cada um deles (tustis são esguios e longilíneos, mais bonitos; hutus, menos elegantes). Principalmente quando Isaro sofre sua transformação física, interpretei isso como parte do seu rompimento com a pessoa que ela havia se tornado e uma volta à sua “forma original”, mas, como no final se revela que ambos são “mestiços”, acho que não foi a intenção do autor.

        Carla, não consegui localizar nos meus destaques a passagem
        exata, mas, quando os macacos encontram Niko com o corpo do “macaco alfa”, ele pensa que virou o líder do grupo, mas depois conclui que virou um prisioneiro. Acho que os macacos são uma alegoria do processo de “integração” que aconteceu com Niko quando ele virou líder do grupo de extermínio: não foi algo voluntário, não foi escolha dele, e ele acabou virando um refém da situação. No começo do livro, também tem uma passagem que fala que aquele que deseja a felicidade deve
        parar de falar, de sonhar e de pensar, e que, segundo uma lenda, os gorilas seriam os guardiões desse segredo, pois não falam, não pensam e não sonham (mais ou menos na posição 375). Levando isso em conta, viver com os macacos poderia
        ser o caminho para uma redenção. (Será que os outros 3 habitantes da caverna têm a ver com essa lenda dos gorilas, representando a fala, o pensamento e o sonho?).

        Achei a história de Niko tão mais bem resolvida e interessante
        do que a de Isaro… Não me incomodou o desfecho, afinal, ela havia se dado conta de que nunca conseguiria viver em paz, com a sombra da morte de sua família sempre impedindo-a de encontrar ou manter a felicidade. Quando ela manda a última carta para os pais, há um vislumbre de uma vida normal, em paz, que logo é destruída irremediavelmente pela ideia de que o namorado poderia ser o assassino de sua família. O suicídio me pareceu coerente com sua história. Mas: precisava daquele namorado sem nome? Nem do amigo Victor, precisava… Aí ela
        estava à beira do suicídio, mas sai para comprar uma roupa nova para a entrevista? E como do dia para a noite vira empresária? Talvez a limitação de um romance tão curto tenha feito o autor optar por uma certa simplificação dos fatos.

        Concordo com sua conclusão final, Camila: ninguém sobreviveu ao genocídio, nem vítimas, nem perpetradores, e também acho que essa é a opinião do autor. Eu mesma tenho um pouco de dificuldade de acreditar que é possível um destino diferente…

        • Carla Portilho

          Pois é, essas introduções que entregam o enredo são o fim da picada… Eu leio com o radar ligadíssimo – e quando vejo que vão estragar alguma coisa, pulo o parágrafo!!! Não fui rápida o suficiente pra escapar de saber que Niko era um assassino, mas ao menos não sabia do suicídio de Isaro… (Aliás, agora que terminei o romance, vou voltar lá e ler a introdução direito!)

          Eu concordo com vocês, que um acontecimento da magnitude desse genocídio muda para sempre tanto os perpetradores quanto os sobreviventes. E é exatamente isso o que me intriga na escolha daqueles 3 personagens da porta da caverna. Fiquei pensando que tanto o professor, a mulher/mãe e o contador de histórias são responsáveis por educar, transmitir a herança cultural de um povo, perpetuar tradições. Aquela morte quase ritual deles, no isolamento da ilha, poderia simbolizar uma dificuldade extrema de elaborar um evento histórico desses para as gerações futuras…

          Sobre Niko e os macacos, eu também vejo que aceitar ser um prisioneiro, com todos os castigos que isso envolve, é mesmo uma busca de redenção. É interessante que ele abraça essa nova condição sem nunca tentar fugir ou se rebelar, e nesses momentos de solidão lhe vêm à mente tudo o que ele poderia ter feito para não se deixar levar pela força das circunstâncias, e não fez – como nas visões em que o próprio pai lhe diz que ele poderia ter inventado que estava matando pessoas sem efetivamente se tornar líder de um grupo de assassinos…

          Romance bom tem dessas coisas, né? A gente lê sozinha, mas depois tem o maior prazer em ficar conversando sobre ele… ;-)

          • Carla Portilho

            Ah, meninas, eu encontrei um texto crítico sobre o romance, que foi publicado em alguma revista acadêmica de literatura. Salvei o pdf, mas ainda não li, então não sei se presta. Se vocês se interessarem, envio pra vocês por email, Ok?

          • Carla, eu não tinha parado para pensar na condição do professor, da mulher e do contador de histórias, mas agora, pensando no assunto, acho que você tem razão quando diz que eles têm um significado maior. É outra coisa contar com a opinião de quem entende do assunto, né Wanessa? ;-)

            • Wanessa Lima

              É um privilegio ter o olhar da Carla! E o seu também, Camila, que tem sensibilidade e capacidade de se expressar acima da média.
              Carla, também fiquei muito intrigada com as três figuras da caverna. Acho q elas nao representam só a herança cultural, mas a própria “continuidade da espécie”, já que a mulher foi violada e teve um filho, que nao sobreviveu. É o fim de tudo mesmo.
              A história dos macacos me fez lembrar de um outro livro: Beatriz e Virgílio, do Yann Martel (que escreveu também A Vida de Pi): ele constrói uma alegoria do holocausto a partir da história de uma mula e um macaco. Talvez vocês gostem desse também.

              • Carla Portilho

                Meninas, privilégio mesmo é participar desses bate-papos! Ler assim é muito mais gostoso!!!

  4. Carla Portilho

    Ah, Camila, um romance que pode entrar na lista de livros de autores estrangeiros é o Running the rift, da americana Naomi Benaron, publicado em 2012. O livro foi bastante premiado, e me pareceu uma leitura interessante.

    • O engraçado é que você é a primeira a falar de um autor americano! Achei que choveriam dicas de lá, mas até agora ninguém tinha falado nada!

      • Carla Portilho

        Eu peguei essa dica hoje em meio às resenhas dos leitores na Amazon, e achei que deve ser bem legal. É mais ou menos um romance de formação, a história de um garoto Tutsi que está treinando corrida, não me lembro se para as Olimpíadas, na época em que começa o genocídio.

        • Wanessa Lima

          Camila, percebi que, na lista de relatos sobre o genocídio, não consta An Ordinary Man, que é uma autobiografia do Paul Rusesabagina, o gerente do hotel Milles Collines, retratado em Hotel Ruanda.
          (Também pensei que a dica da Carla era sobre um livro para representar os Estados Unidos… rsrsrs).

          • É verdade, Wanessa! Eu li sobre o livro do Paul Rusesabagina durante a pesquisa, mas me esqueci de colocá-lo na lista! Acabei de atualizar as dicas!

            • Carla Portilho

              Rsrsrs… Não tinha percebido que parecia que eu estava dando uma dica sobre os EUA! Então fiquei pensando em uma dica legal, porque a vontade é indicar uns 28 livros pra representar os EUA… Acho que o melhor, pra manter clima da nossa VAM, seria o Falling Man, do Don DeLillo, que tem como tema básico o contexto de 11 de setembro. O DeLillo é um autor contemporâneo super consagrado,, o romance foi publicado em 2007 e tem edição Kindle a menos de US$ 6…

              • Wanessa Lima

                Gostei da dica, Carla! Nesses destinos com muitas (infinitas!) opções, a sua opinião vai ser ainda mais valiosa. O tema do 11 de setembro me interessa bastante.

                • Carla Portilho

                  Nos países de língua inglesa eu vou me sentir mais à vontade para opinar… Esse livro do DeLillo está aqui na minha estante já há uns meses, esperando a vez…

                  • Carla Portilho

                    Ah, e fui verificar agora que foi traduzido para o português, com o titulo de Homem em Queda – mas o chato é que a versão traduzida custa uns R$ 30,00…

                    • Esse é o problema dos livros no Brasil. A média de preços é R$ 30,00… Desse jeito vamos acabar lendo em inglês mesmo quando houver tradução para o português. Eu estou usando muito o Estante Virtual e economizando comprando uns livros usados. Até agora estou dando sorte, pois a maioria chega novinho!

  5. Carla Portilho

    Camila e Wanessa, terminei de ler o The Past Ahead agora de manhã e estou doida pra bater um papo (com spoilers, mas podemos avisar no início dos comentários), antes de seguir adiante… Topam voltar a Ruanda? Esse romance foi mesmo um achado!

    • Bora, Carla! Estou doida para saber se alguém mais gostou do livro tanto quanto eu! :-)

      • Carla Portilho

        Eu AMEI o livro! Vou dar uma olhada nas minhas anotações e fazer os comentários – hoje ainda ou amanhã de manhã!

        • Wanessa Lima

          Carla, topo comentar o livro sim! Você vai deixar seus comentários aqui?

          • Carla Portilho

            Vou, sim! Estou só terminando de escrever um post sobre a VAM dos Livros pro Idas & Vindas e depois venho deixar meus comentários!

  6. Wanessa Lima

    Camila e Carla!
    Voltei aqui pra me atualizar – nem tinha visto que já tinha saído o próximo destino! – e dar notícias dos meus progressos. Estou lendo The Sand Fish, mas ele não me “pegou”, está meio devagar. Acho que também porque ainda estou cogitando escrever um post para cada livro no blog – já estou vendo que essa parte vai ser um desafio beeem maior do que a leitura em si -, e, tendo chegado aos Emirados, voltar para a República Tcheca está parecendo um caminho looooongo… Mas eu vou decidir isso pra seguir adiante.
    Vi que vocês estão pensando em discutir no facebook. Pra mim, não é ideal, porque não uso o facebook, mas tenho uma conta e posso me adaptar a isso também (depois de decidir ler em inglês e de aderir ao kindle, facebook não é nada!) rsrsrs

    • Wanessa, terminei The Sand Fish agorinha! Estou aqui rascunhando o post! Ele me prendeu mais no final, viu? Mas eu também já estou misturando um pouco os destinos, por isso vou tentar escrever o post antes de começar o próximo livro. Com tudo fresco na cabeça é mais fácil!

      E olha só o que estamos fazendo, Carla! Mudando todos os hábitos da Wanessa! rsrs Acabei de publicar lá na página do blog sobre a Tunísia!

      • Carla Portilho

        Rsrsrs… Eu achei que você estava virando a minha vida de cabeça pra baixo inventando esse projeto, mas estou vendo que, na verdade, nós estamos bagunçando o coreto da Wanessa!

        Meninas, vocês são muito rapidinhas… Eu comecei por Ruanda e ainda estou por lá, rsrsrs… Mas já estou considerando também escrever uns posts sobre os livros no I&V. Estou cheia de ideias sobre o romance!

        • Wanessa Lima

          Parece que eu vivia na idade da pedra, né, meninas?! Ao kindle, já me apeguei, vamos ver o que acontece com o facebook… vou tentar achar vocês lá hoje.
          Camila, você chegou a olhar outros livros pra Tunísia? Eu li a sinopse do escolhido, mas senti falta de um elemento “tunisiano” na história.
          Carla, você deve estar lendo The Past Ahead com dedicação de professora! Ou isso ou está aproveitando muito as férias. Ou as duas coisas! rsrsrs

          • Wanessa, olhei sim! Anotei uma lista de livros e escritores, mas encontrei poucos romances, quase nada traduzido e menos ainda para kindle. Essa história parece que vai se repetir muitas vezes. No fim das contas só encontrei The Scents of Marie-Claire e Talismano (o que a Ann Morgan leu) para kindle. O livro é muito bem indicado e o autor parece ser um dos maiores nomes na Tunísia atualmente.

            Entra na página do blog lá no facebook! Já estamos falando sobre a Tunísia lá! :-)

          • Carla Portilho

            São as duas coisas mesmo, rsrsrs… Estamos passeando bastante, então não estou lendo mais do que um capítulo por dia – e estou fazendo mil anotações, já encontrei até texto crítico sobre o romance… Vai ser complicado me livrar do vício profissional!

  7. Camila,
    quando visitei o Memorial do Camp des Milles, campo de deportação aqui em Aix, no ano passado, vive 40 anos em 4 horas, e parte desse tempo foi consagrada ao genocidio dos tutsi. O objetivo do memorial é conscientizar, não apenas com relação ao holocausto, mas também aos outros grandes genocidios do século XX (armênos, ciganos) que qualquer pessoa “de bem” pode se ver presa nessa engrenangem viciosa que leva a cometer atrocidades. E acabei de terminar (a duras penas, confesso) o romance ficticio de Eric-Emmanuel Schmitt, A parte do outro, que trata da historia de Hitler sob duas oticas: a real, e a alternativa, como teria sido se ele tivesse sido aceito na escola de belas artes.
    O livro é dilacerante, o autor não é judeu, nem viveu na época, era um garoto que os pais levaram ao cinema nos anos 1970 pra assistir um documentario sobre o holocausto, e que ficou marcado pelas imagens, e dali se lançou numa pesquisa historica imensa pra tentar entender justamente isso: como uma pessoa pode se transformar num monstro.

    Meu post sobre o memorial não faz justiça à mensagem que eles querem passar, é uma visita que, mesmo feita virtualmente, pelo site deles, nos toca profundamente.

    • Natalia, essas histórias me tocam profundamente e a de Ruanda especialmente pela questão de pessoas “do bem” de um dia para o outro se transformarem em assassinos. É triste pensar que isso aconteceu há tão pouco tempo e que pode acontecer de novo em outros lugares, por que não? Como viver, assassinos e vítimas, depois de uma tragédia dessas? Todas as referências ao holocausto ou ao que aconteceu no Camboja, por exemplo, me emocionam muito. Sou meio fraca para essas coisas, mas acho que a gente precisa conhecer essas partes tristes da história do mundo. E torcer para que eventos como esse nunca mais se repitam. Já salvei seu post para ler com calma.

  8. Querida, to achando que esse projeto dos 198 livros vai ter que virar um livro! =] Tbm fiquei curiosa para ler esse sobre Ruanda…só tem em inglês? beijo

    • Maisa, será que de tanto ler eu acabe conseguindo me tornar uma escritora? ;-)

      The Past Ahead só foi publicado em francês e inglês, infelizmente. Estou descobrindo com esse projeto que tem muito livro bom por aí que a gente não recebe no Brasil. O jeito é encarar em inglês mesmo. E esse livro vale a pena, viu?

      Beijos! Adorei te ver aqui! :-)

  9. Camila, vou dar uma sugestão! Divulga sempre o próximo pais! Pode ser que seus leitores tragam sugestões ou curiosidades!!! Eu adoraria pesquisar, por exemplo!!!!

    • Carla, eu já estou divulgando o nome do próximo país! Você pode ver, nos comentários ali em cima, que o livros dos Emirados Árabes foi discutido aqui. ;-) A página do projeto já até está atualizada com o próximo destino, olha lá: https://www.viaggiando.com.br/p/198livros.html

      As meninas tinham sugerido que eu já abrisse o post do país antes que fizesse o sorteio, para discutirmos a escolha o livro nele, e depois esse post seria atualizado com a resenha. Mas hoje eu tava pensando e acho que não é uma boa, pois as pessoas que acompanham o blog pelo email ou pelo feed acabariam não vendo o post final. Ainda estou em busca de uma saída melhor, mas acho que o jeito vai ser discutir nos posts dos livros anteriores mesmo.

      • Carla Portilho

        Camila, e se fossem 2 posts por país? No primeiro ficaria claro que a nossa conversa seria sobre o resultado do sorteio e a escolha do romance, e no outro seria a resenha. Talvez assim facilitasse pra quem vai acompanhar!

        Voltando ao assunto Ruanda, já passei da metade do livro, e estou encantada – não só a história é ótima, mas a narrativa é muito bem articulada! (Estou lendo mais durante a viagem, e espero terminar até o fim da semana. Aí volto pra comentar!)

        • Carla Portilho, estou ansiosa pelas suas impressões finais. Eu achei o livro muito envolvente, gostei mesmo!

          Meninas, e se a gente fizesse isso pelo facebook, na página do blog?

          • Carla Portilho

            Esta pode ser uma boa saída! Podemos trocar ideias sobre a pesquisa no FB e depois comentamos os livros aqui!

  10. Lu Malheiros

    Acho que preciso comprar um kindle pra mim!

  11. Oi Camila, Estou acompanhando as dicas! Não dá para acompanhar a leitura, vocês estão indo muito rápido. Mas chego lá!

    • Ana Luiza, não se preocupe com o tempo! O legal é curtir cada livro, sem pressão. Já estou ouvindo de várias pessoas que eu leio muito rápido, mas é meu jeito mesmo, sabe? E quando gosto da história não consigo me segurar! rsrs

      • Pois é Camila, o problema não tempo para terminar, mas tempo para ler mesmo. Eu também sou assim quando pego um livro e gosto da história entro no mundo, e depois quando acaba, fico sentindo um vazio, com saudades dos personagens! Quando era somente eu e a faculdade, dava um jeito, hoje em dia, família, trabalho, … é uma luta, rsrsrsrs, mas sempre dou um jeito de ganhar as batalhas! rsrsrs

        • Ana Luiza, tem épocas que eu também estou tão cansada que mal consigo ler algumas páginas antes de capotar! Mas ainda sim sempre tenho um livro na cabeceira, pra ler nem que seja um pouquinho antes de dormir. E assim a gente continua se apegando aos personagens e sofrendo quando o livro termina… Também sou assim! ;-)

  12. Wanessa Lima

    Camila e Carla!
    Vocês já caminharam muito na pesquisa! Fiquei pra trás dessa vez, sem tempo por causa do trabalho. Vou tentar pesquisar mais tarde, mas, se nessa lista aqui http://arablit.wordpress.com/for-readers/top-105/ nao tem nada dos Emirados, acho que nao restam muitas esperanças…
    Camila, eu ainda tô resistindo pra ler o texto porque nao quero me deixar influenciar por suas impressões! Acho que o pior spoiler possível está na própria introdução do livro…

    • Carla Portilho

      Também achei! Me arrependi amargamente de ler a introdução…

      • Meninas, é bom vocês terem falado sobre isso. Eu também fiquei com raiva da introdução! Contaram o que a gente só saberia no final do livro!!! Vou colocar essa observação no post.

  13. Lucimara Busch

    Olá Camila! Tudo bem? Sempre leio o seu Blog. Amo livros e estou curtindo muito as suas dicas sobre esse livros e esses escritores. Obrigada por compartilhar! Um grande abraço!

  14. Não sei se você teve a oportunidade de assistir um filme chamado Hotel Ruanda. A história se passa em 1994, nesse período de genocídio! Vale a pena assistir! O conflito e um pano de fundo, mas o filme e bom!!!

  15. Carla Portilho

    Meninas, voltei à lista da Ann Morgan para começar as pesquisas, e vi que dois livros que ela menciona estão disponíveis em edição Kindle: The Sand Fish, de Maha Gargash, e Desperate in Dubai, de Ameera Al Hakawati. Dando uma lida nas sinopses rapidinho, me pareceu que The Sand Fish é mais interessante…

    • Carla Portilho

      Ah, ela acabou lendo The Wink of the Mona Lisa, que é um livro de contos e não está disponível em Kindle…

    • São os dois únicos que eu encontrei no kindle até agora e, pra ser sincera, não fiquei animada. Desperate in Dubai é descrito como “Chick lit from the Arabian desert” e The Sand Fish, que a princípio também me atraiu mais, praticamente só tem avaliações ruins no Goodreads. :-(

      • Carla Portilho

        Desperate in Dubai me pareceu ruinzinho só de ler a sinopse, não tem nada a ver com o que estamos buscando… Dei uma olhada agora lá no Goodreads pra ler as avaliações de The Sand Fish e achei controversas… A primeira resenha que li é de alguém nativo de lá que diz que uma mulher dos anos 50 não faria o que a personagem fez no romance – ora essa, pra que escrever um romance sem subverter padrões, né? ;-)

        Mas acho que devemos continuar pesquisando pra ver se encontramos algo mais interessante!

        • O outro que achei para kindle é este aqui: Jack Patel’s Dubai Dream. O estilo não parece ser muito diferente de Desperate in Dubai. rsrs

          O livro que a Ann Morgan leu me pareceu o mais interessante até agora. Outro que também não tem versão digital é From rags to riches, de AbdulJaleel AlFaheem.

          Ontem passei horas navegando num blog sobre literatura árabe (http://arablit.wordpress.com) e pelo que li lá é que fiquei meio desanimada.

        • Carla, pesquisei sobre isso o dia todo. rsrs

          Encontrei mais uma opção interessante: http://www.amazon.com/books/dp/098386831X Só que também não tem versão para kindle e teríamos que importar e esperar…

          Acho que é isso ou The Sand Fish. O que você acha?

          • Carla Portilho

            Acho que eu não vou aguentar importar e esperar, não… ;-) Vamos tentar encarar o The Sand Fish?

            • Carla, você é das minhas! hehe Também fico ansiosa e não aguento esperar! Vamos de The Sand Fish! E o que seria de nós se não existisse o e-book? ;-)

              • Carla Portilho

                Eu estou ainda mais ansiosa porque estou entrando de férias e vou ter mais tempo pra ler! Acho que sem o ebook essa volta ao mundo ia demorar demais… (Sem a Amazon seria impossível, né?)

                • Wanessa Lima

                  Meninas, também concordo com The Sand Fish. Ontem, até fiz algumas buscas, mas nao fui mais longe do que vocês. Só encontrei um pdf de um dos contos de The Wink of the Mona Lisa, que guardei pra ler como complemento.
                  Acho que devemos deixar essa opção de importar um livro de papel para quando nao houver nada disponível pro kindle ou para quando soubermos que o tal livro é realmente muito bom e vale a espera.
                  Essa escassez de literatura local combina com minhas idéias sobre os Emirados (infelizmente)… Mas, talvez, com tão baixa expectativa, a gente até se surpreenda positivamente com o livro!
                  Ah! Chegou meu klinde! Estou adorando a experiência. Tão bom q ele informa o tempo restante de leitura, dá pra “se programar”. Já nem sei porque demorei tanto para comprar… Muitas mudanças de hábito por causa dos #198livros, viu, Camila!

  16. Wanessa Lima

    Camila, tô aqui morrendo (MORRENDO!) de curiosidade, mas só vou ler o seu post quando acabar de ler o livro! Falta metade, acho que termino amanhã.
    Sobre o próximo destino, também não sei nada. Espero que quebre o meu preconceito de achar que os Emirados são uma “Vegas” do Oriente…

    • Carla Portilho

      Rsrsrsrs… Wanessa, eu tenho a mesma imagem que você – mas acho que isso é porque sempre pensamos em Dubai, sem lembrar que, na realidade, são vários Emirados Unidos, que provavelmente diferem bastante entre si… Também não vejo a hora de começar as pesquisas!

    • Wanessa, pode até ler o post, viu? Estou tentando não vazar nenhum spoiler. rsrs

      Estou pesquisando desde ontem e está difícil fugir desse estereótipo. Parece que ele existe entre os próprios autores árabes. Achei que seria mais fácil, mas tô vendo que essa busca vai ser das difíceis!

  17. Carla Portilho

    E vamos mesmo descobrindo que não sabemos nada mesmo sobre o mundo… Mas uma coisa é fato: eu sei hoje sobre Ruanda (e olha que ainda não estou nem na metade do livro!) muito mais do que sabia na semana passada…

    Camila, que tal abrir um post assim meio em branco mesmo, pra gente ir trocando ideias sobre a pesquisa do livro dos Emirados Árabes, como a Wanessa sugeriu?

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