Depois de visitar Alcobaça, eu pensava que não seria capaz de me impressionar por outro mosteiro naquele dia, afinal, eles são todos iguais, né? Então, ainda na estrada, quando nos aproximávamos da cidade, eu avistei o Mosteiro da Batalha. Naquele momento eu já soube que estava enganada. E que engano feliz! De longe eu já me encantei. O céu azul de inverno deixava aquele monumento ainda mais bonito. Eu só conseguia pensar no quanto eu era privilegiada por ter a chance de visitar um lugar tão belo e especial. Bom, é isso mesmo que parece: eu estava apaixonada!
No site do mosteiro está escrito assim: “O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, também designado Mosteiro da Batalha é, indiscutivelmente, uma das mais belas obras da arquitetura portuguesa e europeia.” Eu sou obrigada a concordar. Ele é fruto de uma promessa feita por D. João I em agradecimento pela vitória alcançada na Batalha de Aljubarrota, quando os portugueses venceram os castelhanos, em 1385. Sua construção levou 150 anos. Depois de ver o quanto o Mosteiro da Batalha é rico em detalhes, é fácil entender o porquê! Por causa dessa “demora”, ele não ostenta um único estilo arquitetônico, mas vai do gótico ao estilo manuelino.
A estrutura é típica dos mosteiros portugueses, então nesse ponto nossa visita foi similar ao do Mosteiro de Alcobaça. Mais uma vez, começamos pela Igreja. Anexa à Capela-Mor fica a Capela do Fundador, uma sala idealizada por D. João I para abrigar o “panteão familiar”. Lá estão seu túmulo e de sua esposa, a Rainha D. Filipa de Lencastre, assim como os túmulos de seus filhos e de outros reis de Portugal que foram para lá levados no século XIX. A sala é belíssima, de uma delicadeza só!
Passamos então ao Claustro Real, também conhecido como Claustro de D. João I. Os arcos que dão vista para o jardim e para o lateral da igreja, uma mistura de estilos gótico e manuelino, são de uma beleza ímpar! O lavabo é uma atração à parte, de tão lindo que é!
Na Casa do Capítulo (ou Sala do Capítulo), a antiga sala de reunião dos monges, hoje fica o Túmulo do Soldado Desconhecido, onde na verdade estão enterrados dois soldados anônimos mortos na Primeira Guerra Mundial. É uma homenagem aos soldados portugueses que morreram em combate.
Na antiga Adega dos Frades fica o Centro de Interpretação do Mosteiro, um espaço muito legal que conta a história do Mosteiro da Batalha ao longo dos séculos e que dá um toque de modernidade e interatividade à visita.
Passamos então ao Claustro D. Afonso V, bem diferente do anterior. Do período final da construção, ele é bem mais simples, praticamente sem decoração, e ainda ostenta um andar superior.
Para finalizar o passeio, demos a volta em torno do prédio para conhecermos o Panteão de D. Duarte, mais conhecido como Capelas Imperfeitas. O nome não poderia ser mais inapropriado! Se tem uma palavra que define esse lugar, com certeza é perfeição. O Mosteiro da Batalha já havia me conquistado, mas aquele momento foi o arrebatamento final! A construção das capelas foi iniciada em 1434 por iniciativa do rei D. Duarte para atender um desejo de D. João I, que desejava ampliar o panteão familiar. Poucos anos depois, D. Duarte o morreu e em seguida o arquiteto responsável pela obra, o mestre Huguet, o que levou à paralização da obra.
Quase 60 anos depois, D. Manuel retomou a construção das capelas e alterou o projeto para deixá-las ainda mais imponentes. Foi aí que surgiu o magnífico portal, que mais parece uma renda em forma de pedra, e parte dos planos iniciais foram concluídos. A obra continuou ainda no reinado de D. João III, que acrescentou mais detalhes, já com influência renascentista no século XVI. Mas a finalização da abóboda da capela central iniciada por Huguet foi sendo sempre deixada para depois e permaneceu inacabada e por isso a obra foi considerada imperfeita. A essa altura você já concorda que a denominação não combina nem um pouco com ela, né?
MOSTEIRO DA BATALHA: INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Site oficial: www.mosteirobatalha.pt
Horário de Funcionamento:
- De outubro a março: das 9h às 17h30 (entrada até as 17h)
- De abril a setembro: das 9h às 18h30 (entrada até as 18h)
- Fechado nos dias 1º de Janeiro, Domingo de Páscoa, 1º de Maio e 25 de Dezembro
Entrada: 6 € para adultos. Gratuita aos domingos e feriados até as 14h.
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Fotografia: Permitida.
Tempo de Visita: No mínimo uma hora.
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Um dos mosteiros e monumentos mais bonitos do país!! Vale mesmo a pena até porque é bastante acessível, pode-se visitar entre destinos..
Um dos monumentos mais lindos que já vi, Tânia. :-)