As cidades que ficam por último nos roteiros das nossas férias acabam sendo um pouco prejudicadas. Dependendo do que conhecemos no início da viagem e do quanto gastamos, nós chegamos ao final mais pão-duros e preguiçosos. “Pagar isso tudo para entrar no museu? Nem pensar!” ou “Mais uma igreja? Já vimos igrejas demais!” são frases comuns nesse período. Por outro lado, já não há aquela euforia dos primeiros dias, passou a ânsia de conhecer tudo de uma vez e a gente consegue conhecer o destino com mais calma. Foi o que aconteceu conosco em Porto.
Rodamos um bocado por Portugal antes de chegar lá e curtimos a cidade despretensiosamente. Descobrir atrações gratuitas de qualidade nessas horas é uma delícia, não é? Nas nossas primeiras horas em Porto, um final de domingo gelado, pouco propício a passeios ao ar livre, nos refugiamos no Centro Português de Fotografia, um museu dedicado a documentar e divulgar o patrimônio fotográfico português. Há exposições de fotos permanentes e temporárias de artistas portugueses e internacionais, além de uma enorme coleção de câmeras que conta a história da fotografia nos últimos séculos. Uma das partes mais divertidas é a de câmeras em miniatura utilizadas em espionagens!
O Centro Português de Fotografia está instalado num prédio construído no final do século XVIII e para abrigar um tribunal e uma cadeia, desativados após a Revolução dos Cravos, em 1974. Ele foi restaurado e adequado para receber o museu, em 2000, mas conserva muitas características originais. Em meio às exposições a gente observa as paredes grossas, as grades pesadas e destinação inicial dos cômodos do edifício.
Um dos prisioneiros mais famosos dessa prisão foi o escritor Camilo Castelo Branco, preso em 1858 por causa de seu envolvimento com Ana Plácida, uma paixão antiga, então casada com outro homem. Eles fugiram juntos, mas foram capturados. Ela foi acusada de adultério, ele de rapto. A prisão durou um ano e nesse período ele escreveu Memórias do Cárcere. Na frente do museu, uma estátua homenageia o casal.
Na foto aí em cima dá para ver que o Centro Português de Fotografia fica ao lado da Torre dos Clérigos, né? Então é bem fácil conhecer os dois pontos no mesmo passeio. Não foi o que fizemos, pois quando chegamos o acesso à torre já estava fechado, mas com um mínimo de planejamento dá certo!
Quando saímos do museu, o sol começava a se despedir. O prédio foi mudando de cor, ficando cada vez mais bonito, e num mirante ali ao lado tínhamos uma linda vista para o poente e para o Rio Douro. É a prova de que visitar o Centro Português de Fotografia no final do dia não é uma má idéia. :-)
INFORMAÇÕES PRÁTICAS
Site oficial: www.cpf.pt
Endereço: Campo Mártires da Pátria/Largo Amor de Perdição (em frente ao Jardim da Cordoaria) Horário de Funcionamento:
- De terça a sexta, das 10h às 12h30 e das 14h às 18h
- Sábados, domingos e feriados, das 15h às 19h
- Fechado nos dias 1º de Janeiro, sexta-feira Santa, 1º de Maio e 25 de Dezembro
Entrada: Gratuita
Fotografia: Permitida, só não é permitido fotografar as salas de exposições.
Tempo de Visita: No mínimo meia-hora.
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passei na frente algumas vezes, mas não sabia que era gratuito e não entrei. mais um motivo pra voltar ao Porto, onde comi a melhor carne desde que cheguei na Europa! :)
Mirelle, foi uma das poucas atrações em que entramos em Porto, justamente porque era de graça. Já estávamos cansados de pagar entradas. rsrs