Eu não costumo me arrepender de viajar super leve, só com a bagagem de mão. Não sou consumista, tenho a maior preguiça de fazer compras – aqui ou no exterior – e muita vezes minha mochila volta mais vazia do que foi. Mas não vou mentir para vocês: a verdade é que eu era assim até conhecer o Mercado Noturno de Luang Prabang! Pela primeira vez, eu considerei a possibilidade de despachar bagagem só para poder trazer mais coisas na mala de mão. Não era só tudo muito barato, era tudo muito lindo! De quantos forros de mesa uma pessoa precisa? E almofadas? Lenços e echarpes nunca são demais, certo? Tem os que vestem melhor no frio, os que dão certo na meia estação… Eu quase deixei meu título de viajante minimalista no Laos!
O Mercado Noturno de Luang Prabang acontece todas as noites, mais ou menos entre as 17h e 22h, na Sisavangvong Road. Ele começa em frente ao Palácio Real e continua por alguns quarteirões. Eu costumo ficar meio intimidada em mercados e tenho horror à prática da pechincha, mas lá eu me senti super à vontade. Os vendedores não ficam assediando os turistas e por isso é possível olhar tudo com calma. Eles, ou melhor, elas, pois são quase todas mulheres, ficam sentadas atrás das mercadorias batendo papo ou passando o tempo do jeito que quiserem, sem intimidar os compradores. O povo laociano é assim, mais discreto.
O chato é que a maioria das mercadorias não ostentam o preço. Se a gente se interessar em algo, é só se abaixar, sentando num banquinho ou agachada, e negociar. Pelo que vi, a maioria das vendedoras não entende mais inglês do que how much. Os preços costumam ser mostrados em uma calculadora – a linguagem universal dos preços. Não acho que seja preciso pechinchar muito, pois tudo já é muito barato, mas dá para ter um desconto ao levar vários produtos, por exemplo. Ah, leve dinheiro (Kip ou dólar)!
O Mercado Noturno surgiu para que os diferentes grupos étnicos que vivem no Laos pudessem vender seu rico artesanato. É claro que já há muitos produtos chineses e vietnamitas infiltrados ali e dá medo de comprar algo que não beneficie as pessoas da região, mas em muitas bancas havia um selo que identificava que se tratava de um produto feito a mão em Luang Prabang. Espero que esse selo seja confiável, pois eu confiei! =)
Todas as noites nós passávamos no mercado depois do jantar, a caminho do nosso hotel. O Eduardo no final já estava enjoado, afinal, era todo dia a mesma coisa, mas eu não me cansava de passar por lá, mesmo se fosse só para olhar. Beleza não cansa, né?
E se vocês estão se perguntando se eu consegui me controlar, a resposta é sim! Me comportei e trouxe pra casa apenas um lenço e um caminho de mesa, mas a cada vez que vejo essas fotos me bate uma dorzinha no coração. Na próxima vez eu vou reservar mais espaço na mochila. ;-)
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Deve ter sido a feirinha mais limpa e organizada que já fui na vida. (também não trouxe muita coisa, mas olhando essas fotos deu vontade de voltar lá)
Eu também, Karine! Tenho preguiça de feiras e mercados justamente por causa da confusão, mas nessa eu passava todo dia!