Mosteiro de Geghard, arte medieval armênia

Sabe quando um passeio sai muito melhor do que o esperado? Foi o que aconteceu conosco naquele domingo na Armênia. Saímos cedo de Yerevan para fazer o bate e volta a Garni-Geghard. Começamos o dia no Templo de Garni e então seguimos para o Mosteiro de Geghard. Ao contrário de Garni, que estava bem vazio, no mosteiro havia bastante gente. À primeira vista aquela construção incrustada na pedra já nos impressionou. Que paisagem fantástica!

Mosteiro de Geghard e o Vale do Rio Azat

Por seu excepcional estado de conservação e por suas características únicas, que muito bem representam a arquitetura medieval armênia, o Mosteiro de Geghard foi inscrito na lista de Patrimônios Mundiais da Unesco no ano 2000. Ele está rodeado pelos canyons do Rio Azat, o que garante uma linda paisagem natural também incluída como Patrimônio Mundial.

Mosteiro de Geghard e o Vale do Rio AzatMosteiro de GeghardMosteiro de Geghard

O que não sabíamos ao planejar o passeio a Garni-Geghard era que o faríamos em uma data especial. Era Domingo de Páscoa! E lá estávamos nós numa das igrejas mais antigas do primeiro país cristão do mundo!

Somente ao entrar na igreja é que descobrimos que estava sendo celebrada a Missa de Páscoa. Que momento lindo! Mas sobre essa boa surpresa já tem um post aqui no blog, cheio de fotos e com um vídeo lindo que eu recomendo que você veja. Corre lá para ver tudo sobre a Missa no Mosteiro de Geghard e então volta aqui para continuar a leitura!

Missa no Mosteiro de Geghard

Vou reproduzir o vídeo aqui também porque não quero que ninguém perca a chance de ver essa linda cerimônia por preguiça de ir lá ler o outro post. Não tem desculpa!

Agora que já estamos familiarizados e encantados com a celebração da missa na Igreja Ortodoxa Armênia, podemos continuar nosso passeio pelo Mosteiro de Geghard. Vem comigo!

Mosteiro de Geghard

Mosteiro de Geghard

O complexo começou a ser construído pelo santo padroeiro da Armênia, Gregório, o Iluminador, no século IV. Ele era chamado de Ayrivank, o “Mosteiro da Caverna”, por causa dos templos construídos nos rochedos. Já Geghard significa lança e o mosteiro recebeu esse nome por ter abrigado a lança que teria ferido Jesus na crucificação e que hoje se encontra na Catedral de Echmiadzin.

Mosteiro de Geghard

Mosteiro de Geghard

O Mosteiro de Geghard foi sendo modificado e ampliado entre os séculos IV e XIII. Ele foi continuamente utilizado como mosteiro e isso ajudou na sua preservação, apesar de ter sofrido com terremotos e ataques ao longo de sua história, especialmente uma invasão árabe em 923. A igreja principal, Kathoghikè, só foi construída em 1215.

Mosteiro de Geghard
Mosteiro de GeghardMosteiro de Geghard

Muitas construções de Geghard foram escavadas na rocha. Ainda é possível ver os dormitórios dos monges assim construídos, por exemplo. Há também muitas khachkars, as cruzes armênias de pedra. As khachkars surgiram na Idade Média e hoje são consideradas Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade pela Unesco. Para mim elas se tornaram um símbolo do país e por isso foram o souvenir que eu trouxe de lá.

Khachkars no Mosteiro de GeghardKhachkars no Mosteiro de Geghard

Khachkars no Mosteiro de Geghard
Khachkars no Mosteiro de Geghard

Uma coisa que eu descobri nessa viagem é que armênios e georgianos ainda têm o costume de sacrificar animais na Páscoa. E em Geghard há um local de sacrifício, o matagh. Que tristeza me deu quando vi os animais que seriam sacrificados! Vi as pessoas chegando com os animais e fiquei bem longe para não presenciar a cena.

Animais para sacrifício no Mosteiro de Geghard

Assim como aconteceu no Templo de Garni, acho que o acompanhamento de um guia teria sido bom para aproveitarmos melhor o Mosteiro de Geghard. Mesmo com as informações do Guia Lonely Planet que levávamos, tenho certeza de que deixamos de ver e perceber muitos detalhes. Na hora de contratar o passeio em Yerevan, recomendo que leve isso em consideração.

Vale do Rio AzatMosteiro de Geghard

Na entrada do Mosteiro de Geghard há uma sequência de lindas khachkars. Na saída aproveitamos para admirá-las mais de perto e observar seus detalhes. É um trabalho primoroso!

Khachkars na entrada do Mosteiro de GeghardKhachkars na entrada do Mosteiro de GeghardKhachkars na entrada do Mosteiro de Geghard

Antes de ir embora paramos na feirinha que fica na entrada do Mosteiro de Geghard, onde era vendido o sudjuk doce, chamado de churchkhela na Geórgia. Trata-se de uma espécie de salsicha de nozes e xarope de frutas. Compramos algumas para experimentar e aproveitamos para conversar com os vendedores. Quer dizer, para conversar mais ou menos, pois eles falavam poucas palavras em inglês. Foi lá que aprendemos a pronunciar corretamente o “obrigada” em armênio. Fica a dica: é algo como xinor-racalutium. Vale a pena tentar agradecer na língua local. Sempre recebíamos sorrisos verdadeiros como recompensa por nossas tentativas.

Feirinha no Mosteiro de Geghard
Sudjuk doce (ou churchkhela)

E assim encerramos nossa visita ao Mosteiro de Geghard. Foi um passeio perfeito numa linda e fria manhã de sol de abril, que começou com uma paisagem fantástica no Templo de Garni e terminou com a emocionante celebração da Missa de Páscoa e com a simpatia dos armênios. Não poderíamos esperar nada melhor!

Fontes das informações históricas: Guia Lonely Planet, Wikipédia e Unesco.

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