De Yerevan a Tbilisi no tour Enlinking Caucasus

O calendário da nossa viagem por Geórgia e Armênia acabou sendo totalmente definido pelas opções de transporte entre suas capitais. Na ida escolhemos o trem noturno entre Tbilisi e Yerevan, só que ele trafega em um sentido em dias ímpares e no outro em dias pares, então tínhamos que levar esse detalhe em conta na hora de montar o roteiro. Ainda mais importante era casar o dia do trem com a outra forma de transporte que escolhemos e que só saia uma vez por semana: o tour Enlinking Caucasus.

Mosteiro de Sanahin

O tour é oferecido pela Envoy Hostel & Tours. Eu tinha visto muitos relatos positivos sobre o passeio e ele me pareceu uma excelente forma de mesclar o trajeto que de qualquer forma teríamos que fazer com a oportunidade de conhecer pontos turísticos que ficam no caminho entre Yerevan e Tbilisi. Foi uma decisão muito acertada!

Mosteiro de Akhtala

O Enlinking Caucasus sai do Envoy Hostel em Yerevan às sextas-feiras pela manhã. Para facilitar a nossa saída e também para ter o desconto a que os hóspedes do hostel têm direito, nos hospedamos por lá mesmo, como contei no post sobre hospedagem na Armênia. A partida estava prevista para as 9h e realmente começamos a viagem pouco depois disso. É possível contratar esse passeio de forma privada, mas no caso do tour regular a viagem é feita em uma van.

Van da Envoy Tours no Enlinking Caucasus

A princípio não foi possível aproveitar bem a viagem. A chuva não possibilitava paradas e nem nos permitia enxergar bem a paisagem. Nosso guia era o Grigor, um rapaz novinho, muito gente boa e competente e com um ótimo inglês. Cerca de uma hora após nossa partida paramos em uma cidade e ele comprou lanche para nosso grupo. Sob o risco de nos molharmos, comemos na van mesmo. Havia uma garota vegana e eu na época era ovolactovegetariana (hoje sou vegana, como ela). Os lanches eram uma espécie de esfirra. A minha era de queijo e ela recebeu um prato de batatas com legumes. As restrições alimentarem são informadas no momento da reserva e senti que eles estavam super preparados para receber quem segue uma dieta vegana.

Chuva no tour Enlinking Caucasus

Nossa primeira parada foi no Mosteiro de Sanahin, fundado no século X. Não me atreverei a tentar reproduzir aqui detalhes técnicos sobre os locais que visitamos. O Grigor foi ótimo em nos fornecer informações históricas e culturais sobre a Armênia, mas eu mal consigo diferenciar os mosteiros que visitamos sem consultar as legendas das fotos. Se quiser detalhes, consulte os links com referências que deixarei no final do post.

Mosteiro de Sanahin

Mosteiro de Sanahin

Mosteiro de Sanahin

Mosteiro de Sanahin

Mosteiro de Sanahin

Mosteiro de Sanahin

Numa volta por Sanahin vimos, além das tradicionais cruzes armênias, o cemitério do complexo. O que nos chamou a atenção foram as imagens das pessoas enterradas estampadas nos túmulos. Vimos isso não só em Sanahin, mas em todo o país. Achei interessante!

Mosteiro de Sanahin

Cemitério do Mosteiro de Sanahin

O nome Sanahin significa “mais antigo do que aquele outro” e o outro no caso é o Mosteiro de Haghpat. Assim como seu vizinho, ele também data do século X e foi nossa segunda parada no passeio.

Mosteiro de Haghpat

Mosteiro de Haghpat

Mosteiro de Haghpat

Os dois foram inscritos juntos como Patrimônio Mundial da Unesco, que os descreve assim:

“These two Byzantine monasteries in the Tumanian region from the period of prosperity during the Kiurikian dynasty (10th to 13th century) were important centres of learning. Sanahin was renown for its school of illuminators and calligraphers. The two monastic complexes represent the highest flowering of Armenian religious architecture, whose unique style developed from a blending of elements of Byzantine ecclesiastical architecture and the traditional vernacular architecture of the Caucasian region.”

Mosteiro de Haghpat

Mosteiro de Haghpat

Tanto Sanahin quanto Haghpat à primeira vista me pareceram simples, desprovidos de arte, mas é apenas uma forma de arquitetura diferente da que costumamos ver em outros templos muito afora. De acordo com o Grigor, na Armênia costumam dizer que quanto mais humilde a igreja, melhor a conexão com Deus, mas um olhar atento mostra que elas não são tão simples assim.

Mosteiro de Haghpat

Mosteiro de Haghpat

Se eu tivesse que eleger o meu preferido entre os dois, provavelmente escolheria o Mosteiro de Haghpat. Ele me pareceu mais imponente e rico em detalhes, mas me conquistou mesmo pela área externa. No alto do cânion do Rio Debed, mesmo naquele dia chuvoso e nublado ele nos brindou com lindas paisagens.

Mosteiro de Haghpat

Vista do Mosteiro de Haghpat

Mosteiro de Haghpat

Nossa próxima parada, meia horinha depois, foi para o almoço. Como eu disse, eles estão preparados para receber veganos, então nossas restrições alimentarem não foram um problema. Na verdade, minha impressão geral foi de que a culinária armênia é naturalmente vegana na maior parte do tempo. Tivemos um banquete farto, caseiro e delicioso!

Almoço no tour Enlinking Caucasus

A última atração que visitamos foi o Mosteiro de Akhtala. Um pouco mais recente que a dupla acima, ele data do século XIII. Ele sim foi meu preferido! Cercado por montanhas, ao lado da pequena cidade de Akhtala, a paisagem em seu entorno é ainda mais maravilhosa que a de Haghpat.

Mosteiro de Akhtala Akhtala Mosteiro de Akhtala Vista do Mosteiro de Akhtala

Mosteiro de Akhtala  Mosteiro de Akhtala

Mas é por dentro que o Mosteiro de Akhtala se destaca ainda mais de seus vizinhos. As paredes da igreja são cobertas por afrescos coloridos! A construção está bem desgastada, precisando de uma boa restauração, mas ainda assim ela para mim foi a mais interessante. Se era cor o que faltava no nosso passeio, em Akhtala a encontramos!

Afrescos no Mosteiro de Akhtala

Afrescos no Mosteiro de Akhtala

Afrescos no Mosteiro de Akhtala

Afrescos no Mosteiro de Akhtala

Grigor nos disse que Akhtala não entrou na lista de patrimônios da Unesco provavelmente por causa de uma mineradora que ainda opera na cidade. Disse ainda que quase todas as fábricas poluentes do período soviético, o que gera muita discordância por causa dos empregos também fechados. A gente conhece isso bem essa conversa aqui em Minas Gerais…

Quando chegamos à fronteira, descemos da van e a cruzamos a pé, trocando de carro ao chegar do outro lado. O controle de passaportes foi super rápido e logo estávamos de volta à Geórgia.

Fronteira Armênia - Geórgia

Chegamos a Tbilisi por volta das 18h e desembarcamos na Freedom Square. Estávamos com a feliz sensação após um dia bem aproveitado, cercado por pessoas legais e cheio de cultura e aprendizados. Não preciso nem dizer que super indico o tour Enlinking Caucasus, né? Sem dúvidas foi a forma mais proveitosa e divertida de retornar à Geórgia.

Veja todos os detalhes do roteiro Enlinking Caucasus no site da Envoy Tours. Confirme se acontecerá na data que você planeja, pois ele depende da existência de interessados. O tour ocorre no sentido contrário também, de Tbilisi a Yerevan, aos sábados.

Fontes das informações históricas: Guia Lonely Planet, Unesco e Wikipédia.

Veja todos os posts sobre a Armênia no Viaggiando!

2 Comments

  1. Oi, Camila, tudo bom? Pensei em fazer esse tour também, só não fiz porque ele acontece só uma vez por semana e não ia encaixar nos meus planos. Mas parei em Alaverdi para visitar os monastérios, e adorei a visita, embora elas tenham sido um pouco difíceis de visitar. Também tô planejando um post em breve para contar como cheguei lá.
    Sempre bom ler mais posts seus sobre o Cáucaso, que lugar incrível.

    • Camila Navarro

      Pois é, fiz toda uma ginástica para conseguir ir de trem e voltar nesse passeio, mas deu certo! E valeu a pena!

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